Altar em calcário branco de uma igreja em estilo românico, construída por monges Cistercienses
no início da Idade Média, em Avenas, vilarejo próximo a Lyon, França.
A palavra latina altare, que significa « altar », vem da raiz altus, que quer dizer « elevado ». Originalmente, o altar é o lugar elevado que faz a união entre Deus e o mundo. As montanhas e as colinas são, por isso, os lugares privilegiados onde se constroem edifícios sagrados; Deus desce e o homem sobe: “Inclinai, Senhor, os vossos céus e descei, tocai as montanhas para que se abrasem” (Sl 143, 5).
Algumas vezes, também, uma pedra caída do céu – um meteorito ou um aerólito – está na origem de algum culto local (é o caso de da Pedra Negra, em Meca). Mesmo que um altar possa ainda designar o todo de um lugar de culto – os Orientais guardaram este costume –, ele acabou se tornando o centro desse lugar: a mesa onde se oferece a Deus o Seu alimento. Colocar alimentos nesta mesa de pedra significa colocá-los nas mãos de Deus; cozinhá-los significa enviá-los ao céu, para que Deus sinta seus perfumes agradáveis (cf. Gn 8, 21). Mesa onde as oferendas “passam” para o domínio do Sagrado, do Divino. O altar “participa” da santidade de Deus; é por isso que ele não é acessível a todos: somente os sacerdotes, habitualmente, podem se aproximar dele (cf. Ex 29) com gestos de veneração, como por exemplo, beijá-lo ao iniciar a liturgia da Missa.
Mesa do holocausto onde a vítima parte, através da fumaça, rumo a Deus, o altar é também a mesa onde Deus e a comunidade dos fiéis partilham os alimentos, em sinal de comunhão. O alimento vindo de Deus Lhe é restituído, e a parte que retorna ao homem (ou que permanece) é plenamente reconhecida como sagrada. Deus e o homem comungam da mesma vida: são convivas. Quando da conclusão da Aliança no Monte Sinai, uma parte do sangue das vítimas sacrificadas é derramada sobre o altar, que representa Yahvé, e a outra parte é derramada sobre o povo. Graças ao sacrifício, Deus e o homem tornam-se consangüíneos (cf. Ex 24). Na nova Aliança, Cristo é ao mesmo tempo altar, enquanto Deus; vítima; e sacerdote, enquanto homem. Como diz o quinto Prefácio Pascal: “Quando Ele entrega Seu Corpo sobre a Cruz, todos os sacrifícios da antiga Aliança são concluídos; e quando Ele Se oferece pela nossa salvação, Ele é ao mesmo tempo o altar, o sacerdote e a vítima.”
Quando um altar é consagrado, o sacerdote faz cinco cruzes com o Santo Óleo, como unção (uma no centro do altar e as outras em cada um dos quatro cantos). Este gesto transforma uma simples pedra um símbolo de Cristo, que o Pai ungiu com o Espírito Santo. O altar também é incensado pelo sacerdote, simbolizando o sacrifício de Cristo, que Se ofereceu a Seu Pai em sacrifício de agradável odor (Ef 5, 2), bem como as orações dos fiéis, inspiradas pelo Espírito Santo. As toalhas utilizadas sobre o altar manifestam que ele é a mesa da Ceia Eucarística, onde Deus e o homem comungam, não mais no sangue das vítimas animais, mas no Sangue do Verbo encarnado, morto e ressuscitado.
A luz das velas que cercam o altar evoca Cristo que é “luz das nações” (Lc 2, 32). Sob a mesa do altar, coloca-se, no sepulcro que lhes é preparado, as relíquias dos santos (quando há): isso significa a manifestação da unidade do sacrifício oferecido pela Cabeça e pelos membros do Corpo místico. Nas nossas igrejas, o altar onde se renova o único sacrifício da nova Aliança, é o centro de convergência de todo o edifício. Para melhor manifestar sua dignidade intrínseca, recomenda-se não deixar a reserva Eucarística sobre ele. Além das atitudes de adoração que se deve fazer ao Santíssimo Sacramento (genuflexão), o altar, mais do que a cruz, deve receber os mesmos gestos de veneração dos fiéis (inclinação).
O beijo dado no altar pelo sacerdote, no decorrer da missa, é uma marca de veneração e de comunhão. O altar, o sacerdote e a Eucaristia são, em níveis diferentes e complementares, os símbolos de Cristo. Apenas são consagrados os altares fixos. Um altar móvel é abençoado pelo bispo ou pelo sacerdote responsável pela paróquia em que se encontra; não se coloca sob ele as relíquias dos santos.
Tradução e Adaptação:
Litanie Marie Sorel
Fontes : :
http://www.liturgiecatholique.fr/Qu-est-ce-qu-un-autel.html
http://commune.avenas.free.fr/img/autel_01.jpg
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