terça-feira, 21 de dezembro de 2010

São José, vivendo sempre o Advento.

Entre aquelas pessoas que souberam viver plenamente o Advento, sem dúvida, podemos colocar São José como um dos primeiros da lista. Sua via foi um constante advento. Nele, encontramos alegria, vigilância e capacidade de mudar os rumos sempre que necessário.
Algumas pessoas até se assustam porque os relatos bíblicos pouco falam a respeito de São José. Estas pessoas, no entanto, se esquecem de que, para o Reino de Deus, vida não é uma questão de tempo. Refere-se muito mais ao jeito como vivemos o tempo que nos é dado. Sejam muitos ou poucos os anos de nossa existência, eles valem a pena na medida em que nós vivemos como o fez São José.
Ele era um apaixonado, um apaixonado por sua Maria, pelas tradições de seu povo, pelo Menino que acolheu do mais fundo do coração, pelo Deus que lhe vinha ao encontro nos momentos mais difíceis. São José nunca dividiu o amor. Quanto mais amava a Mãe do Filho de Deus, mais amava o Menino. Quanto mais se esforçava por dar o melhor de si à Mãe e ao Menino, mais amava seu povo e suas tradições. Quanto mais se empenhava na defesa da Sagrada Família, mais amava seu Deus, origem e proteção daquele Santo Lar.
São José era corajoso. O amor de São José não era um amor covarde, que foge diante da primeira dificuldade. Ao contrário, era um amor combativo, um amor que buscou incessantemente local para Maria dar à luz, um amor que não temeu empreender viagem de volta à terra natal, à pequena e querida Nazaré. Ali, no convívio com Maria e o Menino, no serviço fraterno e acolhedor da carpintaria, junto ao seu povo e às suas tradições, José completou a sua missão: pai de família da Sagrada Família.
Por fim, a coragem de São José, coragem fundamentada no amor, não tirou dele momentos de dúvida e de angústia. Sendo humano, São José também passou por estes sentimentos que a todos assolam. Mas, como homem de Deus, São José soube dar os passos necessários para mudar de rumo sempre que era necessário.
Querido São José, rogai por nós!

Fontes:
Folheto “A Missa”, 4º Domingo do Advento, 19/12/10.

segunda-feira, 6 de dezembro de 2010

Preparai o caminho.

Entre os grandes personagens do Advento, encontramos a figura do profeta Isaías que, em seus oráculos messiânicos, como num sonho maravilhoso, anuncia um novo tempo, em que “a terra estará tão repleta do saber do Senhor quanto as águas que cobrem o mar”.
Para realizar Seu projeto salvífico, Deus não recorrerá aos frondosos cedros do Líbano ou às majestosas palmeiras do Oriente, mas lançará mão de um tronco ressequido do qual nada mais se espera: a raiz de Jessé. Desta cepa, símbolo da dinastia de Davi, que havia sido destronada após o exílio na Babilônia reduzindo o povo hebreu à dominação estrangeira, brotará uma nova vida.
Na figura de uma criança indefesa que desafia e vence o mal, colocando a mão na cova da serpente, Isaías profetizou, entre os povos, o Cordeiro de Deus que tira o pecado do mundo. Uma criança que pelo simples fato de ser anunciada já representa a definitiva derrota do mal, do qual a serpente é a imagem.
Advento é tempo de sonhar, sonhar com um mundo novo, que não deve ser apenas reduzido às festas de fim de ano, quando as pessoas ficam mais sensibilizadas à solidariedade e à fraternidade. Advento é um convite a olhar para as folhas secas que vamos deixando ao longo da vida, contemplando tantos troncos ressequidos que são colocados ao longo da nossa caminhada na certeza de que Deus pode renovar nossas vidas, nossas lutas, nossos cansaços. É tempo de sonhar, e sonhar acordado(a), com os nossos pés firmes no chão, com os corações ao alto, para pôr mãos à obra. Sonhar não custa nada... Talvez descubramos que sonhar seja apenas um sinônimo da palavra esperança.
Que o profeta Isaías nos faça ouvir a voz que clama no deserto do nosso coração: “Preparai o caminho do Senhor!”

Fontes:
Folheto “A Missa”, 2º Domingo do Advento, 05/12/10.

segunda-feira, 22 de novembro de 2010

Um Rei sobre a Cruz.

Sobre a trave vertical, Pôncio Pilatus mandara inscrever na Cruz do Senhor: “Este é o Rei dos judeus.” Para o governador romano, este seria o motivo da condenação do Nazareno, justificando assim uma sentença injusta, agradando ao mesmo tempo aos fariseus e aos romanos. No entanto, ele mesmo, lavando as mãos, poucas horas antes, havia declarado não encontrar motivo para a condenação de Jesus, a quem perguntara: “Tu és o rei dos judeus?” Ao ouvir a resposta, Pilatos retrucara com outra: “Então, tu és rei?” É bem verdade que os sumos sacerdotes haviam protestado contra tal inscrição que se tornaria célebre em todos os crucifixos ostentados desde então. Pilatos não volta atrás: “Aquilo que escrevi, está escrito.”
Diante da Cruz, não faltaram os que tentaram ridicularizar, transformando a inscrição em motivo de chacota: “Se és o rei dos judeus, salva-te a ti mesmo, desce da Cruz!”
Jesus, que já afirmara: “O Meu Reino não é deste mundo”, iria travar, como Soberano, a solene e definitiva batalha contra aquela que é a mais terrível inimiga do Homem. Não foge da luta: “mergulha de cabeça” transformando a cruz, símbolo de morte, em sinal de vitória; duelam o forte e o mais forte, é a vida que enfrenta e vence a morte.
Pela boca do centurião Longinus, Pilatos terá tomado conhecimento de quem era aquele Rei suspenso na Cruz: “Verdadeiramente este homem era o Filho de Deus!” Mas será o bom ladrão que roubará a cena. Condenado com Ele, consciente de seus pecados, sussurra como numa prece: “Jesus, lembra-Te de mim quando entrares no Teu Reino.”
Nós cremos que Jesus retornará como Rei da Glória, e o Seu Reino não terá fim. No entanto, desde aquele momento, esse Reino já se encontra no meio de nós. Como o bom ladrão, todos nós, que carregamos nossas cruzes, podemos escutar no coração as palavras do Rei, que tem a Cruz como trono: “Em verdade vos digo, hoje mesmo estarás Comigo no Meu Reino.”

Fontes:
Folheto “A Missa”, 34º DTC, 21/11/10.

domingo, 7 de novembro de 2010

Alegrai-vos.


Na celebração de Todos os Santos, o Céu e a Terra se encontram. Da Ilha de Patmos, São João contempla a multidão incontável dos eleitos, vestida com vestes brancas. A eles nos unimos em espírito, ao redor do trono do Cordeiro, celebrando antecipadamente o louvor e a Eucaristia sem fim.

Também as Bem-Aventuranças se situam, ao mesmo tempo, no Céu e na Terra: bem-aventurados os que neste mundo são puros, mansos e humildes de coração, os que sofrem e são perseguidos, porque será grande a sua recompensa no Céu.
Ao proclamar felizes os que vivem toda espécie de dificuldades neste mundo, Jesus nos convida a dar graças antecipadamente por aquilo que haveremos de receber, na casa do Pai, convidando-nos à alegria.
As bem-aventuranças não são um estímulo a uma atitude fatalista, a cruzar os braços diante das dificuldades e injustiças perante situações que não procuramos e não desejamos, mas que muitas vezes ocorrem ao longo da vida. Ao contrário, elas são um convite a não ceder ao pessimismo derrotista, tornando-nos amargos e deprimidos, para que, mesmo diante de situações que muitas vezes parecem insolúveis, não percamos a esperança nem nos deixemos abater pela tristeza e pelo vazio sem sentido.
Numa expressão: tomar a cruz que a vida e as pessoas nos apresentam, assim como Jesus assumiu a Cruz que os homens Lhe colocaram sobre os ombros. A experiência da cruz, por mais pesada que seja, já se nos torna um “pré-anúncio”de uma bem-aventurança.
Alegrai-vos e exultai, é essa a esperança que não decepciona...
Deus já nos antecipa uma alegria inaudita e sem parâmetros: os sofrimentos presentes não têm proporção com a glória que há de vir.


Fontes:

Folheto “A Missa”, 32º DTC, 07/11/10.
http://multiplan.files.wordpress.com/2009/03/jesus_maria.jpg

terça-feira, 2 de novembro de 2010

O viver é Cristo.

A comemoração de todos os fiéis defuntos o Dia de Finados, torna-se uma ocasião propícia para meditarmos sobre a dimensão pascal da morte cristã.
Não se trata de mera coincidência que a devoção popular reserve a segunda-feira como um dia em que se recorde, de modo particular, os nossos falecidos. Como sabemos, a cada domingo, a Igreja recorda a Páscoa semanal com a celebração do Dia do Senhor, de modo que celebramos semanalmente a vitória de Cristo sobre o pecado e a morte.
Esta vitória, no entanto, não se limita a Cristo somente. Como primícias de todos os que adormeceram n’Ele, o Senhor nos precede. E, assim como pelo Batismo todos fomos sepultados na morte com Cristo, todos nós ressuscitaremos com Ele. Desse modo, o piedoso costume de recordar os falecidos no dia seguinte ao domingo, longe de ser uma superstição, deve expressar a certeza de que a ressurreição de Cristo já é a nossa vitória. Ele é a nossa Páscoa. Sabemos que, se com Cristo morremos, com Ele ressuscitaremos, como nos diz o apóstolo São Paulo: “Para mim o viver é Cristo e o morrer é lucro.” Foi o próprio Cristo quem nos disse: “Eu sou a ressurreição e a vida, aquele que acreditar em Mim viverá eternamente.”
Após a Páscoa do Senhor, o grande dilema humano não mais será vida ou morte, mas viver e morrer com Cristo ou sem Ele. Pois, quer vivamos, quer morramos, pertencemos ao Senhor, nosso Bom Pastor, que dá a vida pelas ovelhas e ninguém, nem a morte nem a vida, nos pode tirar de Suas mãos.
Por isso mesmo, hoje, que é o dia da saudade, é ao mesmo tempo dia da profunda esperança de um encontro que certamente virá, pois o Céu é o encontro de todos os que se amaram com Aquele que, “tendo amado os Seus que estavam no mundo, amou-os até o fim”.

Fontes:
Folheto “A Missa”, 31º DTC, 02/11/10.

O encontro com Zaqueu.

Jericó era uma cidade balneária, um verdadeiro oásis no meio do deserto, cidade antiga, onde pessoas abastadas descansavam, aproveitando um clima ameno e os frutos de uma terra generosa. Ali Jesus terá um encontro marcado com o cego Bartimeu que, tendo recuperado a visão, acompanha Jesus deserto afora rumo a Jerusalém.
Lá Jesus também vai Se encontrar com Zaqueu, decepcionando aqueles que preferiam que Ele fosse à sinagoga ou à casa de algum piedoso fariseu. Zaqueu é um homem corajoso; sendo de baixa estatura, toma a coragem de cair no ridículo. Temido por todos, porque o cobrador de impostos era odiado por toda a cidade, reconhecidamente era um “ladrão”. A atitude de subir numa árvore faz dele a chacota de toda a cidade. Com certeza não faltaram risos, sinais contra aquele homem que, temido e odiado, agora era objeto de escárnio público.
Zaqueu bem sabe de tudo isso. Mas só uma coisa lhe interessa: ele queria verdadeiramente ver Jesus. Mais do que vê-lo, terá a experiência de um encontro pessoal com o Senhor. Em sua casa, sentados à mesma mesa, Zaqueu tem sua vida transformada por uma profunda conversão. Promete devolver todos os bens que roubou e indenizar os injustiçados. Em contrapartida, recebe o grande dom do Senhor, pois a salvação entrou em sua casa.
Neste último domingo do mês das Missões, que o bom Deus possa entrar no coração de cada um de nós, possibilitando atitudes de autêntica conversão para com Deus e para com os irmãos.

Fontes:
Folheto “A Missa”, 31º DTC, 31/10/10.

segunda-feira, 18 de outubro de 2010

A grandeza da oração

A oração é o tema proposto neste 29º Domingo do Tempo Comum. Nas figuras de Moisés, que sobe ao monte intercedendo pela vitória do povo judeu contra os amalecitas, e da viúva que pede justiça ao juiz iníquo, o Senhor quer nos ensinar a importância da oração perseverante.

A oração é a elevação da alma a Deus, como vimos na antífona da entrada da missa de hoje: “Clamo por Vós, meu Deus, inclinai Vosso ouvido e escutai-me.” Ela é o diálogo íntimo com Aquele que tudo pode. Uma comunicação direta com o Senhor de nossas vidas. Não é como um eco que faz voltar aos nossos ouvidos a mesma palavra que pronunciamos, mas o mergulhar n’Aquele que nos sonda, nos conhece e nos ama.

Uma das objeções mais freqüentes que são feitas sobre a oração de súplica é dizer que, se Deus conhece e decidiu de antemão todos os acontecimentos da história, como poderia a criatura pensar em mudar, com a sua oração, a decisão de Deus? São Tomás de Aquino nos responde que “não rezamos para mudar a decisão de Deus, mas para receber aquilo que Ele, desde a eternidade, já decidiu nos dar como resposta às nossas preces” (Suma Teológica II – II, q. 83, a. 2).

Ao longo da história, muitos mestres nos ensinaram a grandeza da oração: homens e mulheres como Santa Teresa d’Ávila, São João da Cruz, Santa Teresa do Menino Jesus, São Bento de Núrsia e São Francisco de Assis, de quem se falava que não era um homem que rezava, mas “um homem feito oração”. Num mundo onde há tantas mensagens, tantas notícias, na era da internet, da comunicação de massa, dos satélites, permanece como o diálogo mais importante e essencial, aquele que acontece na intimidade do coração do homem. Como já dizia Pascal, “nunca o homem é tão grande como quando se põe de joelhos”.

 

Fontes:

Folheto “A Missa”, 17/10/10, 29º DTC.

http://www.saintefamille.fr/viecontemplative/intentions-de-priere/

domingo, 3 de outubro de 2010

O justo vive pela fé.


Em seu Evangelho, São Lucas narra dois pedidos que os discípulos fizeram a Jesus. No Capítulo 11, ao verem o Senhor descer da montanha após a oração, suplicam: “Senhor, ensina-nos a orar.” No Evangelho de hoje, eleva-se um clamor a Jesus: “Senhor, aumenta-nos a fé!”
A fé é o tema central da liturgia deste domingo. Na Primeira Leitura, Habacuc, que experimentava em sua época a perplexidade de simultâneas invasões de povos estrangeiros que haviam subjugado e dominado Israel, nos mostra que não somente as guerras deixam atrás de si espólios e ruínas. Em nossas vidas também se acumulam escombros a cada dia: são desilusões, perdas dolorosas, preocupações com o trabalho ou a falta dele. Situações-limite que nos fazem perguntar: “Por quê?”, ou “Até quando?” É com essa inquietação que o profeta inicia seu Livro, cujo ponto alto é a conhecida conclusão que inspirou São Paulo em sua Carta aos Romanos: “O justo viverá por sua fé.”
Nossa relação com Deus não pode ser baseada num contrato de deveres e obrigações, de trocas e favores, mas da liberdade amorosa de quem chama a Deus de Pai. Por isso mesmo, a parábola de hoje deve ser entendida não a partir da ótica do arrogante e orgulhoso patrão, mas a partir do servo que, fazendo tudo o que está ao seu alcance, não se coloca como um “credor de Deus”, mas como um filho que fez tudo o que podia para o Pai, de quem tudo recebeu.
Neste ponto, os dois pedidos dos discípulos a Jesus, no Evangelho de Lucas, encontram a mesma resposta: para aumentar a fé, importa rezar com sinceridade de coração, reconhecendo a Deus verdadeiramente como o Pai nosso que está nos Céus.

Fonte:
Folheto “A Missa”, 03/10/2010, 27º DTC.

terça-feira, 28 de setembro de 2010

Tesouro escondido

No Evangelho de hoje, Jesus nos mostra o contraponto do mandamento do amor a Deus e ao próximo: o egoísmo de quem só pensa em si mesmo, tornando-se indiferente a todo e qualquer sofrimento. Não é que o rico fosse mau, injusto; mas era cego. E o pior cego é aquele que não quer ver. Seu coração estava cheio de si mesmo, preocupado com os banquetes, com as festas e com seu mundo egoísta.
Em nossos dias, a parábola se repete na relação entre os indivíduos, na ostentação de uns que contrasta com a indigência de tantos, tendo como divisão o muro do egoísmo e da indiferença. Nada mais contraditório à narrativa do Juízo Final: “Tive fome e Me deste de comer, tive sede e M deste de beber... Vinde, benditos de Meu Pai” (MT 25, 31-46).
Ao mesmo tempo, não são poucas as iniciativas de pessoas de boa-vontade, que se preocupam com os (mais) pequeninos, realizando obras de misericórdia e, mesmo no silêncio, através de atos discretos, estendendo a mão e fazendo a diferença na vida de tantas pessoas.
São pessoas que, tocadas pela Palavra de Deus, fazem o que está ao seu alcance, dedicando tempo e recurso aos “Lázaros” de hoje. Neste dia da Bíblia, que coincide com a festa de São Jerônimo – este, a pedido do Papa São Damaso, traduziu o Antigo e o Novo Testamento do hebraico, aramaico e grego para o latim (a “vulgata”), a língua falada naquele tempo –, somos chamados a fazer da Palavra de Deus um manual para as nossas vidas e, também, a fazer de Jesus o grande tesouro da nossa existência.
Conta-se que um homem sábio, passando por uma aldeia, sentou-se sob uma árvore para ali passar a noite. De repente, um jovem chega correndo e suplica: “Dá-me a pedra preciosa.” “Que pedra?, pergunta o homem. “Na noite passada, o Senhor me apareceu em sonho e me disse que, após o pôr-do-sol, encontraria um homem de Deus que me daria uma pedra preciosa, que me faria rico e feliz para sempre.” Tomando do alforje, o sábio disse: “Provavelmente é isto que encontrei há alguns dias entre as pedras do bosque. É seu.”
Maravilhado, segurando com firmeza o precioso diamante, o jovem se retira com a pedra que lhe fora dada. Durante toda a noite, revirou-se na cama sem poder dormir e, no dia seguinte, aos primeiros raios da aurora, correu até a árvore, acordando o homem e dizendo: “Por favor, te suplico, me conceda essa riqueza que te permite entregar a um estranho com tanta facilidade algo tão precioso.”
O Reino do Céu é comparável a um homem que encontrou um tesouro... O tesouro verdadeiro. Que neste Dia da Bíblia meditemos sobre este tesouro.

Fontes:
Folheto “A Missa”, 26/09/2010, 26º DTC.
http://www.private-diamond-club.com/an-en-FROMROUGHDIAMONDTOCUTDIAMOND.php

segunda-feira, 13 de setembro de 2010

Saudável Paternidade

Neste domingo, quando é proclamado todo o Capítulo 15 do Evangelho de São Lucas, no qual lemos as três chamadas Parábolas da Misericórdia, dentre as quais a célebre e comovente parábola do Filho Pródigo, temos uma excelente ocasião para meditarmos sobre a importância do saudável relacionamento entre pais e filhos.
Todos sabemos quanto o relacionamento com o pai terreno pode influenciar, positiva ou negativamente, o próprio relacionamento com o Pai do Céu, e, por isso mesmo, a vida cristã. Durante a preparação para o Grande Jubileu do Ano Santo de 2000, muito se falou sobre este tema no chamado Ano do Pai, em 1999.
Existem casos belíssimos de relacionamentos entre pais e filhos que alicerçam a vida adulta, dando equilíbrio e maturidade aos filhos, transmitindo-lhes segurança para toda a vida. Infelizmente não são raros os casos negativos, que produzem tristezas abissais. São filhos que renegam os pais, que os exploram e os abandonam em sua velhice, retribuindo o bem e os bens que deles receberam unicamente com amargo desprezo. De outro lado, filhos cujo profundo e inconfessado sofrimento é a incompreensão, a falta de estima, de apoio ou de reconhecimento (por parte) dos pais. Nesse universo onde, por vezes, não faltam autoritarismo, incomunicabilidade, quando não realidades ainda piores, quantos sofrimentos na vida de tantas pessoas que necessitam de cura e restauração, que somente Deus pode realizar com Seu perdão e Sua misericórdia, como lemos no Evangelho de hoje!
Nesta semana, o Santo Padre, o Papa Bento XVI, fará uma viagem histórica ao Reino Unido (Inglaterra, Irlanda do Norte, Escócia e País de Gales), durante a qual será beatificado o Cardeal Newman (John Henry Newman: http://pt.wikipedia.org/wiki/John_Henry_Newman). Um belo testemunho se sobressai na história daquela nação: em 1535, condenado à morte porque não aceitara renegar sua fé, Thomas Morus (http://hagiosdatrindade.blogspot.com/2009/06/santos-sir-tomas-more-leigo-e-joao.html) é levado ao cadafalso num cortejo impactante. No caminho, sua filha lhe suplica que renuncie à fé católica e, assim, o rei Henrique VIII não somente lhe salvaria a vida como lhe restituiria todos os privilégios, patrimônio e o cargo de Primeiro Ministro do Rei. Preferindo Deus ao poder e ao dinheiro, São Thomas Morus, patrono dos políticos, não somente deu à sua filha um testemunho de honra, dignidade e fé, mas também passou à História como “o Homem que não vendeu sua Alma”.

Fontes:
Folheto “A Missa”, 24º Domingo do Tempo Comum, 12/09/10.

segunda-feira, 30 de agosto de 2010

Bem-Aventurados os Humildes

Quem não guarda no fundo do coração o desejo de chegar ao podium? Quem nunca teve a tentação de chegar em primeiro lugar, de furar uma fila, de dar “carteiradas”, usar influências, de passar à frente, de ter um tratamento diferenciado? Observando as pessoas que se encontravam numa refeição que Lhe fora oferecida por um fariseu, Jesus, profundo conhecedor da natureza humana, nos oferece hoje um grande ensinamento acerca das realidades sobrenaturais a que somos chamados. Em nosso dia a dia, fatos como este se repetem. Um assento no metrô, uma promoção na empresa, uma nomeação ou um cargo público, um convite VIP para um evento, um título honorífico, uma foto no jornal. Estar em evidência, ser reconhecido, ou mesmo ser lembrado, são realidades que fazem parte da vida humana.
No mês passado, todos nós torcíamos por nossos jogadores na Copa do Mundo e ficávamos na expectativa de mais uma vitória. Jesus, no entanto, busca purificar esta sede que o homem tem, canalizando este desejo para aspirações maiores. Tomando o exemplo de Santa Teresa do Menino Jesus, durante a Jornada Mundial da Juventude de 1997, o Cardeal Lustiger dizia à multidão de jovens reunida na Praça do Trocadero, em Paris: “Vós, jovens, pela própria idade, sois ambiciosos, quereis fazer, construir, transformar o mundo, quereis muitas coisas. Por isso eu vos digo, sede ambiciosos, mas não pouco ambiciosos, tende no coração a suprema ambição, tende em vós a ambição do amor.”
Em todo desejo humano deveríamos ter esta santa ambição. O amor de Deus nos estimula a desenvolver todas as nossas potencialidades, a fazer bem aquilo que fazemos, mas, ao mesmo tempo, a fugir da pior armadilha que é o orgulho que leva ao egoísmo, ao relacionamento interesseiro, à tendência desastrosa de querer levar vantagem em tudo em detrimento do próximo, não se importando em prejudicar, magoar e ser injusto com os irmãos.
Todos nós somos chamados ao banquete do Reino de Deus, onde o Senhor vai fazer-nos sentar à mesa. Passando por entre nós, há de nos servir numa festa que não terá fim. No entanto, este convite começa aqui e agora, na medida em que vencemos a tentação da arrogância, do desprezo, do orgulho egocêntrico. No mês de setembro, dedicado de modo particular à leitura e ao estudo da Palavra de Deus, que nós possamos fazer da Bíblia luz para nossos passos e lâmpada para nosso caminho.

Fontes:
Folheto “A Missa”, 22º Domingo do Tempo Comum – 29/08/10.

segunda-feira, 23 de agosto de 2010

Os Mártires dos Pontões de Rochefort (1794-1795), 18 de Agosto

829 sacerdotes foram deportados nos pontões de Rochefort; destes, 547 morreram entre abril de 1794 e as primeiras semanas de 1795.

A Constituição Civil do Clero
A Assembléia Constituinte votou a Constituição Civil do Clero em 12 de julho de 1790, que transformava os eclesiásticos em funcionários eleitos pela Assembléia dos cidadãos ativos, retirando do Papa o direito de nomear os bispos. A Santa Sé não podia aceitar algo assim.
Os padres constitucionais eram aqueles que se submetiam a esta constituição, e os refratários ou não constitucionais eram os que se recusavam a prestar juramento. As sucessivas assembléias condenavam ao exílio, à reclusão e, posteriormente, à deportação os padres refratários (mas também condenava constitucionais!).
A Igreja sofreria pesadamente com esses acontecimentos: os lugares de culto eram fechados, a prática era proibida, os padres, massacrados.

O Terror em Rochefort
Em 21 de setembro de 1792, a Convenção sucedeu à Assembléia Legislativa, que já havia substituído a Assembléia Constituinte (no processo da Revolução Francesa, quando o povo, apoiado pelos Republicanos e pela burguesia, derrubou a monarquia). A República Francesa foi, então, proclamada no dia seguinte, 22 de setembro de 1792.
A Sociedade Popular e o Comitê de Vigilância, instituições revolucionárias locais recém-criadas e implantadas, fizeram de Rochefort uma cidade ultra-jacobina (de esquerda ultra-radical). Lequinio e Laignelot, os representantes do povo enviados pela Convenção, ficaram encarregados de instaurar em Rochefort o regime do Terror (que perseguia, aprisionava e muitas vezes assassinava seus opositores), decretado em 5 de setembro de 1793. As prisões começaram a ficar lotadas, 52 cabeças rolaram na Praça Colbert onde foi instalada uma guilhotina.

Os comboios dos padres deportados
Um decreto do Comitê de Saúde Pública (25 de janeiro de 1794) organizou a partida dos padres refratários rumo aos portos do Atlântico, onde deveriam ser agrupados antes da sua deportação. Aqueles que estavam aprisionados em Nantes seriam afogados por Carrier e, finalmente, somente Bordeaux e Rochefort colocariam em prática as ordens do Comitê.
Os comboios dos Deportados atravessaram a França durante todo o inverno até a primavera de 1794, chegando a percorrer, algumas vezes, até 800 km. As condições de viagem (às vezes a pé) eram geralmente muito difíceis em virtude das noites passadas na prisão em sistema de revezamento (enquanto uns dormiam, outros permaneciam acordados), e das brutalidades e insultos sofridos durante as paradas. Os prisioneiros eram, em geral, sistematicamente despojados de tudo o que possuíam.
Quando chegaram a Rochefort, foram encarcerados em diferentes lugares (prisão Saint-Maurice, convento dos Capuchinhos...) ou nos navios (le Borée, le Bonhomme Richard, la Nourrice).
Os Deportados foram finalmente amontoados em dois antigos navios negreiros, o Deux-Associés (Dois-Associados) e o Washington, requisitados após a abolição da escravatura pela Convenção (francesa) de 4 de fevereiro de 1794. Destinados a partir rumo à Guiana ou às costas da África, todavia eles não deixaram o estuário de Charente. Em condições de navegar, eles não eram verdadeiros Pontões (navios retirados do serviço, desfeitos e desmastreados para servirem de lojas ou de prisões), mas acabaram sendo utilizados com este fim.

Os Pontões
O comando dos navios foi assegurado por Laly, no Dois-Associados, e por Gibert, no Washington. Eles, juntamente com suas tripulações, aplicavam aos prisioneiros, de forma rigorosa, os severos comandos recebidos, chegando mesmo a piorá-los: nada de orações, injúrias, ameaças, perseguições físicas, alimentação infecta, nada de conversas. Mas os prisioneiros continuavam secretamente suas atividades religiosas.
As mortes devidas às condições da detenção se aceleravam, o escorbuto, o tifo faziam uma verdadeira devastação. A epidemia era tal que, enfim, os prisioneiros válidos acabaram sendo transferidos para um terceiro navio, l'Indien (O Indiano), enquanto que os mais debilitados foram desembarcados na “Ilha Cidadã” (“Ilha Madame”), onde muitos morreram. O outono de 1794 foi particularmente rude e, em novembro, o vento derrubou as tendas hospitalares instaladas na ilha; então, os sobreviventes foram novamente embarcados nos navios. As condições materiais de detenção melhoraram um pouco enquanto houve neve e gelo. Em dezembro, três embarcações lotadas de padres provenientes de Bordeaux (a Jeanty, a Dunkerque e a Republicana) refugiaram-se no estuário (os ingleses bloqueavam a costa).

O fim do Terror
Quando houve o Golpe de Estado no 9 Termidor do ano II ((27 de julho de 1794), Robespierre, principal instigador do Terror, foi executado, significando para a República um novo começo. Os Purificadores afastaram os elementos mais extremistas da ditadura revolucionária. As instituições do regime precedente (Tribunal Revolucionário, clubes e associações patrióticas) foram praticamente suprimidas. Muitas prisões começaram a ser abertas. Todavia, no fim do ano de 1794, os Pontões continuavam guardando seus prisioneiros. Alguns foram libertados, mas nenhuma medida coletiva foi tomada.
Graças a algumas iniciativas individuais (sobretudo às intervenções junto à Convenção), a transferência para Saintes dos padres deportados de Rochefort aconteceu em fevereiro de 1795. Ali eles puderam novamente celebrar o culto e administrar os Sacramentos nos oratórios privados.
Dos 829 padres deportados para Rochefort, 274 sobreviveram. Os Deportados de Bordeaux, inicialmente transferidos para Brouage, só foram conduzidos para Saintes bem mais tarde. Dos 1.494 padres inicialmente conduzidos a Bordeaux, 250 acabaram morrendo.

A segunda deportação
Contudo, em outubro de 1795 a Convenção ordenou, após esta breve pausa, a reclusão ou a deportação dos padres refratários para a Guiana. Ainda uma vez, essas partidas não aconteceram, e um decreto de 4 de dezembro de 1796 ordenou enfim a libertação dos padres detidos.
No 18 Frutidor do ano V (4 de setembro de 1797), um Golpe de Estado dos republicanos do Diretório (sistema de governo que havia substituído a Convenção desde o fim de 1795) contra os moderados e os monarquistas, que haviam se tornado maioria nas eleições, fez ressurgir a “linha dura” à frente da República. O poder executivo foi reforçado, em detrimento do legislativo. Os adversários políticos foram aprisionados ou  deportados.
As medidas anteriores de detenção foram anuladas e os decretos de proibição contra os padres foram renovados. Estes foram novamente aprisionados em Rochefort e alguns, efetivamente, enviados à Guiana, onde a mortalidade é assustadora. Mas o Diretório se vê obrigado a suspender essas partidas, pois alguns navios foram capturados pelos ingleses e os padres acabaram amontoados nas cidadelas de St-Martin-de-Ré e do Château d'Oléron até o ano de 1802.
  
A libertação
O Golpe de Estado do 18 Brumário do ano VIII (9 de novembro de 1799) dava o poder ao General Bonaparte. O Consulado, novo sistema de governo que substituía o Diretório, dotava a França com uma nova Constituição (a do ano VIII), sendo três Cônsules nomeados, dos quais Bonaparte seria o primeiro Cônsul.
As perseguições dos padres tiveram fim quando a Santa Sé concluiu um Concordato com a França, ratificado em 5 de abril de 1802. Este acordo, assinado pelo Papa Pio VII e pelo 1º Cônsul Napoleão Bonaparte, reorganizava o catolicismo naquele país.
Esta hecatombe permaneceu, todavia, muito tempo ignorada, e foi mesmo voluntariamente escondida por medo de não revelar as querelas da Revolução Francesa. O caso levou à beatificação solene e coletiva, em outubro de 1995, pela qual a Igreja reconheceu em sessenta e quatro das vítimas dos Pontões – o Beato Jean-Baptiste Souzy e seus companheiros – autênticas testemunhas da fé, conduzidos à morte por causa do ódio contra a fé, aceitando conscientemente a sorte que lhes havia sido destinada.

Lista dos sessenta e quatro padres e religiosos beatificados
·   1. Jean-Baptiste Etienne Souzy, padre da diocese de La Rochelle. Deportado no Dois-Associados; morto em 27 de agosto de 1794.
·   2. Antoine Bannassat, pároco de Saint-Fiel (Creuse). Deportado no Dois-Associados; morto em 18 de agosto de 1794.
·   3. Jean-Baptiste de Bruxelles, cônego de Saint-Léonard (Haute-Vienne). Deportado no Dois-Associados; morto em 18 de julho de 1794.
·   4. Florent Dumontet de Cardaillac, capelão da condessa de Provence. Deportado no Dois-Associados; morto em 5 de setembro de 1794.
·   5. Jean-Baptiste Duverneuil (padre Léonard), carmelita da Casa de Angoulême. Deportado no Dois-Associados; morto em 1º de julho de 1794.
·   6. Pierre Gabilhaud, pároco de Saint-Christophe (Creuse). Deportado no Dois-Associados; morto em 13 de agosto de 1794.
·   7. Louis-Wulphy Huppy, padre da diocese de Limoges. Deportado no Dois-Associados; morto em 29 de agosto de 1794.
·   8. Pierre Jarrige de La Morelie de Puyredon, cônego de Saint-Yrieix (Haute-Vienne). Deportado no Dois-Associados; morto em 12 de agosto de 1794.
·   9. Barthélemy Jarrige de LaMorelie de Biars, beneditino da abadia de Lezat (Ariège). Deportado no Dois-Associados; morto em 13 de julho de 1794.
·   10. Jean-François Jarrige de la Morelie du Breuil, cônego de Saint-Yrieix (Haute-Vienne). Deportado no Dois-Associados; morto em 31 de julho de 1794.
·   11. Joseph Juge de Saint-Martin, sulpiciano, diretor do seminário. Deportado no Dois-Associados; morto em 7 de julho de 1794.
·   12. Marcel-Gaucher Labiche de Reignefort, missionário em Limoges. Deportado no Dois-Associados; morto em 26 de julho de 1794.
·   13. Pierre-Yrieix Labrouhe de Laborderie, cônego de Saint-Yrieix (Haute-Vienne). Deportado no Dois-Associados; morto em 1º de julho de 1794.
·   14. Claude-Barnabé Laurent de Mascloux, cônego de Dorat (Haute-Vienne). Deportado no Dois-Associados; morto em 7 de setembro de 1794.
·   15. Jacques Lombardie, pároco de Saint-Hilaire-de-Foissac (Corrèze). Deportado no Dois-Associados; morto em 22 de julho de 1794.
·   16. Joseph Marchandon, pároco de Marsac (Creuse). Deportado no Dois-Associados; morto em 22 de setembro de 1794.
·   17. François d'Oudinot de LaBoissière, cônego da diocese de Limoges. Deportado no Dois-Associados; morto em 7 de setembro de 1794.
·   18. Raymond Petiniaud de Jourgnac, vigário geral do Bispo de Limoges. Deportado no Dois-Associados; morto em 26 de junho de 1794.
·   19. Jacques Retouret, carmelita da Casa de Limoges. Deportado no Dois-Associados; morto em 26 de agosto de 1794.
·   20. Paul-Jean Charles (irmão Paul), monge cisterciense da abadia de Sept-Fons (Allier). Deportado no Dois-Associados; morto em 25 de agosto de 1794.
·   21. Augustin-Joseph Desgardin (irmão Élie), monge cisterciense da abadia de Sept-Fons (Allier). Deportado no Dois-Associados; morto em 6 de julho de 1794.
·   22. Pierre-Sulpice-Christophe Favergne (irmão Roger), irmão das Escolas Cristãs em Moulins. Deportado no Dois-Associados; morto em 12 de setembro de 1794.
·   23. Joseph Imbert, jesuíta. Deportado no Dois-Associados; morto em 9 de junho de 1794.
·   24. Claude-Joseph Jouffret de Bonnefont, sulpicieno, Superior do Seminário Menor de Autun. Deportado no Dois-Associados; morto em 10 de agosto de 1794.
·   25. Claude Laplace, padre em Moulins. Deportado no Dois-Associados; morto em 14 de setembro de 1794.
·   26. Noël-Hilaire Le Conte, cônego da catedral de Bourges. Deportado no Dois-Associados; morto em 17 de agosto de 1794.
·   27. Pierre-Joseph Le Groing de La Romagère, cônego na catedral de Bourges. Deportado no Dois-Associados; morto em 26 de julho de 1794.
·   28. Jean-Baptiste-Xavier Loir, capuchinho no Petit-Forez, em Lyon. Deportado no Dois-Associados; morto em 19 de maio de 1794.
·   29. Jean Mopinot (irmão Léon), irmão das Escolas Cristãs de Moulins. Deportado no Dois-Associados; morto em 21 de maio de 1794.
·   30. Philippe Papon, pároco de Contigny (Allier). Deportado no Dois-Associados; morto em 17 de junho de 1794.
·   31. Nicolas Sauvouret, cordelier à Moulins. Deportado no Dois-Associados; morto le 16 julho 1794.
·   32. Jean-Baptiste Vernoy de Montjournal, cônego em Moulins. Deportado no Dois-Associados; morto em 1º de junho de 1794.
·   33. Louis-Armand-Joseph Adam, cordelier em Rouen. Deportado no Dois-Associados; morto em 13 de julho de 1794.
·   34. Charles-Antoine-Nicolas Ancel, eudista em Lisieux. Deportado no Dois-Associados; morto em 29 de julho de 1794.
·   35. Claude Beguignot, Cartuxo em Saint-Pierre-de-Quevilly, perto de Rouen. Deportado no Dois-Associados; morto em 16 de julho de 1794.
·   36. Jean Bourdon (irmão Protais), capuchinho em Sotteville, perto de Rouen. Deportado no Dois-Associados; morto em 23 de agosto de 1794.
·   37. Louis-François Lebrun, monge beneditino da congregação de Saint-Maur. Deportado no Dois-Associados; morto em 20 de agosto de 1794.
·   38. Michel-Bernard Marchand, padre da diocese de Rouen. Deportado no Dois-Associados; morto em 15 de julho de 1794.
·   39. Pierre-Michel Noël, padre da diocese de Rouen. Deportado no Dois-Associados; morto em 5 de agosto de 1794.
·   40. Gervais-Protais Brunel, monge cisterciense de Mortoagne (Orne). Deportado no Dois-Associados; morto em 20 de agosto de 1794.
·   41. François François (irmão Sébastien), capuchinho. Deportado no Dois-Associados; morto em 10 de agosto de 1794.
·   42. Jacques Gagnot (irmão Hubert de Saint-Claude), carmelita da Casa de Nancy. Deportado no Dois-Associados; morto em 10 de setembro de 1794.
·   43. Jean-Baptiste Guillaume (irmão Uldaric), irmão das Escolas Cristãs de Nancy. Deportado no Dois-Associados; morto em 27 de agosto de 1794.
·   44. Jean-Georges Rehm (padre Thomas), dominicano no convento de Schlestadt (Alsace). Deportado no Dois-Associados; morto em 11 de agosto de 1794.
·   45. Claude Richard, beneditino em Moyen-Moutier (Vosges). Deportado no Dois-Associados; morto em 9 de agosto de 1794.
·   46. Jean Hunot, cônego de Brienon-l'Archevêque (Yonne). Deportado no Washington ; morto em 7 de outubro de 1794.
   ·   47. Sébastien-Loup Hunot, cônego de Brienon-l'Archevêque (Yonne). Deportado no Washington; morto em 17 de novembro de 1794.
·   48. François Hunot, cônego de Brienon-l'Archevêque (Yonne). Deportado no Washington; morto em 6 de outubro de 1794.
·   49. Georges-Edme René, cônego em Vézelay. Deportado no Washington; morto em 2 de outubro de 1794.
·   50. Lazare Tiersot, cartuxo em Beaune (Côte-d'Or). Deportado no Washington; morto em 10 de agosto de 1794.
·   51. Scipion-Jérôme Brigeat Lambert, decano do capítulo de Avranches (Manche). Deportado no Washington; morto em 4 de setembro de 1794.
·   52. Jean-Nicolas Cordier, jesuíta. Deportado no Washington; morto em 30 de setembro de 1794.
·   53. Charles-Arnould Hanus, pároco e decano do capítulo de Ligny (Meuse). Deportado no Washington; morto em 28 de agosto de 1794.
·   54. Nicolas Tabouillot, pároco de Méligny-le-Grand (Meuse). Deportado no Washington; morto em 23 de fevereiro de 1795.
·   55. Antoine, dito Constant, Auriel, vigário em Calviat et Sainte Mondane (Lot). Deportado no Dois-Associados; morto em 16 de junho de 1794.
·   56. Élie Leymarie de Laroche, prior de Coutras (Gironde). Deportado no Dois-Associados; morto em 22 de agosto de 1794.
·   57. François Mayaudon, cônego em Saint-Brieuc, depois em Soissons. Deportado no Dois-Associados; morto em 11 de setembro de 1794.
·   58. Claude Dumonet, professor do Colégio de Mâcon (Saône-et-Loire). Deportado no Washington; morto em 13 de setembro de 1794.
·   59. Jean-Baptiste Laborie du Vivier, cônego da catedral de Mâcon (Saône-et-Loire). Deportado no Dois-Associados; morto em 27 de setembro de 1794.
·   60. Gabriel Pergaud, religioso da abadia de Beaulieu (Côtes-d'Armor). Deportado no Dois-Associados; morto em 21 de julho de 1794.
·   61. Michel-Louis Brulard, carmelita da Casa de Charenton. Deportado no Dois-Associados; morto em 25 de julho de 1794.
·   62. Charles-René Collas du Bignon, sulpiciano, superior do Seminário Menor de Bourges. Deportado no Dois-Associados; morto em 3  de junho de 1794.
·   63. Jacques-Morelle Dupas, vigário em Ruffec (Charente). Deportado no Dois-Associados; morto em 21 de junho de 1794.
·   64. Jean-Baptiste Ménestrel, cônego em Remiremont (Vosges). Deportado no Washington; morto em 16 de agosto de 1794.

Tradução e Adaptação:
Gisèle Pimentel

Fontes :
http://www.evangelhoquotidiano.org/main.php?language=FR&module=saintfeast&localdate=20100818&id=13941&fd=0