O Mar da Galiléia é um lago de água doce, medindo cerca de 12 km de extensão e 6 km de largura, situando-se a 200 m abaixo do nível do mar, tendo 60 m de profundidade. A pesca é a principal atividade local. Esse mar é cercado por altas colinas. A grande diferença entre a atmosfera perto da água e a do alto acaba gerando violentas tempestades, narradas no Livro dos Números 34, 11, onde o Mar é chamado de Kinnéreth (do hebraico “Kinnor”, harpa pequena). O Novo Testamento menciona os lagos de Genesaré e de Tiberíades, bem como o Mar da Galiléia. As pregações de Jesus ocorrem às margens desses lagos.
Segundo Mateus, Marcos e Lucas, Jesus chamou Seus primeiros discípulos convidando-os a largar seus barcos de pesca no Mar da Galiléia. Este curso d’água era uma fronteira natural entre o lado judeu, a Oeste, e o dos Gentios, a Leste. Jesus cruza inúmeras vezes o Mar da Galiléia, segundo o Evangelho de Marcos. Essas travessias fazem deste Mar uma ponte entre os Judeus e os Gentios, graças às pregações e às curas realizadas por Jesus.
No Novo Testamento, o mar representa o momento da conversão. No mar, nada acontece de maneira normal, mas sempre abruptamente, de modo maravilhoso ou muito difícil. Os milagres mais espetaculares de Jesus ocorrem no Mar da Galiléia. Marcos 4, 35 nos conta a passagem em que Jesus acalma a tempestade e as fortes ondas que ameaçavam a vida dos discípulos. Em Marcos 6, 45, Jesus caminha sobre as águas deste lago e se revela como “Aquele que É”. Em João 21, podemos ler a emocionante cena do almoço logo após a ressurreição, quando Jesus confia a Pedro o Seu rebanho, após este discípulo fazer sua profissão de fé.
Jesus é aceito por Simão Pedro e seus companheiros
O Evangelho do 5º Domingo do Tempo Comum (Lc 5, 1-11), que também é citado também em Marcos 1,16-20, narra o fato ocorrido no mar; Marcos o situa imediatamente após a aparição de Jesus na Galiléia. Lucas utiliza este exemplo da aceitação de Jesus por Simão Pedro para “combater” a rejeição vivida pouco antes por parte dos habitantes de sua aldeia natal. Por causa dos inúmeros incidentes relativos ao poder e à autoridade de Jesus, já relatados na sua narrativa, Lucas cria um contexto plausível para que Simão Pedro e seus companheiros aceitem Jesus. Observa-se uma semelhança entre a pesca surpreendente, relatada em Lucas 4 e 5, e a aparição de Jesus após a ressurreição, em João 21, 1-11.
O Evangelho do 5º Domingo do Tempo Comum (Lc 5, 1-11), que também é citado em Marcos 1,16-20, narra o fato ocorrido no mar; Marcos o situa imediatamente após a aparição de Jesus na Galiléia. Lucas utiliza este exemplo da aceitação de Jesus por Simão Pedro para “combater” a rejeição vivida pouco antes por parte dos habitantes de sua aldeia natal. Por causa dos inúmeros incidentes relativos ao poder e à autoridade de Jesus, já relatados na sua narrativa, Lucas cria um contexto plausível para que Simão Pedro e seus companheiros aceitem Jesus. Observa-se uma semelhança entre a pesca surpreendente, relatada em Lucas 4 e 5, e a aparição de Jesus após a ressurreição, em João 21, 1-11.
O texto de Lucas contém pistas indicativas de que o contexto pós-ressurreição (da pesca milagrosa) é original: em Lucas 4, 8, Simão Pedro se dirige a Jesus chamando-O de Senhor, título que Lhe foi atribuído após a Sua ressurreição – ver Lucas 24, 34; Atos 2, 36 (...). Segundo Lucas, o acontecimento prefigura a liderança de Pedro em Lucas e Atos (Lc 6, 14; 9, 20; 22,31-32 ; 24,34 ; At 1,15 ; 2,14-40; 10,11-18; 15,7-12) e simboliza o futuro sucesso de Pedro como “pescador de homens” (confirmado em Atos 2, 41).
Avance para as águas mais profundas
Na cena do Evangelho do 5º Domingo do Tempo Comum, Jesus ensina às margens do Mar da Galiléia, e a multidão se comprime para ouvi-Lo. Jesus avista a barca de Simão e entra nela, pedindo-lhe que se afaste um pouco da margem a fim de poder pregar. Ao terminar Sua pregação, Ele diz a Simão para avançar rumo às águas mais profundas e lançar suas redes. Simão é cauteloso: “Mestre, trabalhamos a noite inteira e nada apanhamos!...” (Lc 5, 5a), palavras cansadas de um veterano que sabe como o mar pode decepcionar. Mas há algo nesse Galileu que nos leva a obedecê-Lo. Então, Simão joga as suas redes.
A despeito da decepção com o árduo trabalho daquela noite, a vontade que Simão teve de seguir a sugestão de Jesus, lançar as redes em águas profundas, prepara o milagre que está para acontecer. Simão se deixa conduzir pelo grande poder de Jesus, e esta experiência se torna a base de uma promessa que lhe é feita. Mesmo se Simão, consciente de seu pecado e indigno de se associar a uma pessoa como Jesus, se deixa cair de joelhos (ante o Senhor) sendo, portanto, tranqüilizado por Jesus, que lhe promete: ele Simão Pedro, desempenhara o papel de reunir os seres humanos no Reino que Jesus veio estabelecer. E ele fará isso como um pescador que ajunta os peixes na sua rede.
O que se segue é a “pesca milagrosa” – um grande cardume, lotando as redes e a barca até a sua capacidade máxima. Pedro cai de joelhos em adoração diante deste personagem misterioso: “Afasta-Te de mim, ó Senhor, pois eu sou um homem pecador. Se Tu soubesses a quem Te diriges! Minha mente é estúpida e o meu coração, fraco. Sou um fardo para meus companheiros e um fiasco para os comerciantes. Afasta-Te de mim, pecador que sou!” Mas Jesus tranqüiliza o discípulo apavorado: “Não temas, Simão, doravante serão homens que tu pescarás.”
É mais ou menos como se Jesus dissesse ao desencorajado pescador Galileu: “Eu não te abandonarei. Eu sei quem tu és. Eu conheço o teu passado, que não tem importância alguma para Mim. Eu preciso das tuas mãos, dos teus pés, do teu coração e de toda a tua vida. Há esperança para ti! Eu lancei minhas redes no mar, e tu és o meu melhor ‘peixe’. Veja como a rede está rompida e a barca começa a afundar. Tu trabalhaste e lutaste durante anos a fio, sem esperança. Agora, venha trabalhar Comigo. Eu te ensinarei a caminhar sobre as águas, a lançar uma rede de luz nas águas sobre os abismos. Não temas, pois Eu estou contigo.”
Um irresistível chamado a uma vida nova
Nos trechos de Marcos 1, 16-20 e Mateus 4, 18-22, os pescadores que seguem Jesus deixam suas redes e seu pai; em Lucas, eles deixam tudo (ver também: Lc 5,28; 12,33; 14,33; 18,32), o que representa uma indicação do tema abrangido por este Evangelista: abandonar completamente os bens materiais. O fato de ser discípulo representa um chamado poderoso, irresistível, a uma vida nova: um chamado fora do comum, das frustrações, das necessidades novas. Jesus mesmo vai chamar Seus discípulos a serem “pescadores de homens”, a se engajarem no combate nas águas turbulentas do mar que é, ao mesmo tempo, fonte do seu bem-estar e do seu alimento, e um mistério, uma ameaça e um caos, esse mar que pode tirar-lhes a vida e que também pode alimentá-los.
Jesus subiu na barca de Pedro para ensinar à multidão; e da barca de Pedro, a Igreja, Ele continua a ensinar ao mundo inteiro. Em determinados momentos da história da Igreja, e talvez da nossa própria história, pode parecer que a luz do Espírito Santo se apagou e que Jesus não está mais conosco, na nossa barca. Mas sejamos honestos: precisamos perceber que a chama do Espírito Santo nunca se extingue. O Senhor sempre esteve conosco. A Igreja avança, salvando almas e caminhando até o porto final. Neste Reino bendito, para além dos mares desta vida, todas as coisas que ameaçam a vida da Igreja e do mundo um dia desaparecerão definitivamente.
Estamos todos no mesmo barco, juntamente com o Senhor. Podemos confiar no Senhor que nos indica o caminho, que nos conduz ao nosso objetivo e que alimenta as nossas almas durante todo o trajeto. Sem dúvida encontraremos problemas (e muitos), pois haverá dias em que jogaremos nossas redes dia e noite e nada pescaremos.
Nesses momentos, precisaremos escutar o Senhor, como Pedro fez, e jogar nossas redes em águas mais profundas, pois a nossa fé é que será testada, não para ver se nós a professamos ou não, mas para ver se estamos mesmo prontos para fazer qualquer coisa com esta fé, e agir.
Nós não navegamos na Arca de Noé nem no Titanic. Estamos embarcados com Jesus. Lembro-me das palavras do irmão Luis de León, místico espanhol do Século XVI, que escreveu: “Quanto mais navegamos com Deus, mais descobrimos novos mares.” O Senhor jamais abandona aqueles que buscam a Sua misericórdia e o Seu perdão. Ele caminha sobre as águas. Ele acalma as tempestades. Ele conduz a barca em segurança e traz a grande pesca, ou seja, a grande festa aos que são convocados: a festa quotidiana do Seu Corpo e do Seu Sangue, nosso Alimento para a vida eterna.
Questionamentos pessoais
Quais foram os momentos principais da minha própria conversão? Terei ouvido um “chamado” a ser discípulo(a)? Quais as experiências ou as pessoas que, na minha vida, foram instrumentos de Deus para que eu pudesse me aprofundar na fé? Será que eu posso me identificar com os discípulos que estavam em alto mar? É possível ser um(a) discípulo(a) de Jesus, tendo experimentado a fraqueza e o fracasso?
Fonte:
http://www.seletlumieretv.org/blogue/?p=2288