domingo, 3 de outubro de 2010

O justo vive pela fé.


Em seu Evangelho, São Lucas narra dois pedidos que os discípulos fizeram a Jesus. No Capítulo 11, ao verem o Senhor descer da montanha após a oração, suplicam: “Senhor, ensina-nos a orar.” No Evangelho de hoje, eleva-se um clamor a Jesus: “Senhor, aumenta-nos a fé!”
A fé é o tema central da liturgia deste domingo. Na Primeira Leitura, Habacuc, que experimentava em sua época a perplexidade de simultâneas invasões de povos estrangeiros que haviam subjugado e dominado Israel, nos mostra que não somente as guerras deixam atrás de si espólios e ruínas. Em nossas vidas também se acumulam escombros a cada dia: são desilusões, perdas dolorosas, preocupações com o trabalho ou a falta dele. Situações-limite que nos fazem perguntar: “Por quê?”, ou “Até quando?” É com essa inquietação que o profeta inicia seu Livro, cujo ponto alto é a conhecida conclusão que inspirou São Paulo em sua Carta aos Romanos: “O justo viverá por sua fé.”
Nossa relação com Deus não pode ser baseada num contrato de deveres e obrigações, de trocas e favores, mas da liberdade amorosa de quem chama a Deus de Pai. Por isso mesmo, a parábola de hoje deve ser entendida não a partir da ótica do arrogante e orgulhoso patrão, mas a partir do servo que, fazendo tudo o que está ao seu alcance, não se coloca como um “credor de Deus”, mas como um filho que fez tudo o que podia para o Pai, de quem tudo recebeu.
Neste ponto, os dois pedidos dos discípulos a Jesus, no Evangelho de Lucas, encontram a mesma resposta: para aumentar a fé, importa rezar com sinceridade de coração, reconhecendo a Deus verdadeiramente como o Pai nosso que está nos Céus.

Fonte:
Folheto “A Missa”, 03/10/2010, 27º DTC.

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