segunda-feira, 30 de agosto de 2010

Bem-Aventurados os Humildes

Quem não guarda no fundo do coração o desejo de chegar ao podium? Quem nunca teve a tentação de chegar em primeiro lugar, de furar uma fila, de dar “carteiradas”, usar influências, de passar à frente, de ter um tratamento diferenciado? Observando as pessoas que se encontravam numa refeição que Lhe fora oferecida por um fariseu, Jesus, profundo conhecedor da natureza humana, nos oferece hoje um grande ensinamento acerca das realidades sobrenaturais a que somos chamados. Em nosso dia a dia, fatos como este se repetem. Um assento no metrô, uma promoção na empresa, uma nomeação ou um cargo público, um convite VIP para um evento, um título honorífico, uma foto no jornal. Estar em evidência, ser reconhecido, ou mesmo ser lembrado, são realidades que fazem parte da vida humana.
No mês passado, todos nós torcíamos por nossos jogadores na Copa do Mundo e ficávamos na expectativa de mais uma vitória. Jesus, no entanto, busca purificar esta sede que o homem tem, canalizando este desejo para aspirações maiores. Tomando o exemplo de Santa Teresa do Menino Jesus, durante a Jornada Mundial da Juventude de 1997, o Cardeal Lustiger dizia à multidão de jovens reunida na Praça do Trocadero, em Paris: “Vós, jovens, pela própria idade, sois ambiciosos, quereis fazer, construir, transformar o mundo, quereis muitas coisas. Por isso eu vos digo, sede ambiciosos, mas não pouco ambiciosos, tende no coração a suprema ambição, tende em vós a ambição do amor.”
Em todo desejo humano deveríamos ter esta santa ambição. O amor de Deus nos estimula a desenvolver todas as nossas potencialidades, a fazer bem aquilo que fazemos, mas, ao mesmo tempo, a fugir da pior armadilha que é o orgulho que leva ao egoísmo, ao relacionamento interesseiro, à tendência desastrosa de querer levar vantagem em tudo em detrimento do próximo, não se importando em prejudicar, magoar e ser injusto com os irmãos.
Todos nós somos chamados ao banquete do Reino de Deus, onde o Senhor vai fazer-nos sentar à mesa. Passando por entre nós, há de nos servir numa festa que não terá fim. No entanto, este convite começa aqui e agora, na medida em que vencemos a tentação da arrogância, do desprezo, do orgulho egocêntrico. No mês de setembro, dedicado de modo particular à leitura e ao estudo da Palavra de Deus, que nós possamos fazer da Bíblia luz para nossos passos e lâmpada para nosso caminho.

Fontes:
Folheto “A Missa”, 22º Domingo do Tempo Comum – 29/08/10.

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