segunda-feira, 13 de setembro de 2010

Saudável Paternidade

Neste domingo, quando é proclamado todo o Capítulo 15 do Evangelho de São Lucas, no qual lemos as três chamadas Parábolas da Misericórdia, dentre as quais a célebre e comovente parábola do Filho Pródigo, temos uma excelente ocasião para meditarmos sobre a importância do saudável relacionamento entre pais e filhos.
Todos sabemos quanto o relacionamento com o pai terreno pode influenciar, positiva ou negativamente, o próprio relacionamento com o Pai do Céu, e, por isso mesmo, a vida cristã. Durante a preparação para o Grande Jubileu do Ano Santo de 2000, muito se falou sobre este tema no chamado Ano do Pai, em 1999.
Existem casos belíssimos de relacionamentos entre pais e filhos que alicerçam a vida adulta, dando equilíbrio e maturidade aos filhos, transmitindo-lhes segurança para toda a vida. Infelizmente não são raros os casos negativos, que produzem tristezas abissais. São filhos que renegam os pais, que os exploram e os abandonam em sua velhice, retribuindo o bem e os bens que deles receberam unicamente com amargo desprezo. De outro lado, filhos cujo profundo e inconfessado sofrimento é a incompreensão, a falta de estima, de apoio ou de reconhecimento (por parte) dos pais. Nesse universo onde, por vezes, não faltam autoritarismo, incomunicabilidade, quando não realidades ainda piores, quantos sofrimentos na vida de tantas pessoas que necessitam de cura e restauração, que somente Deus pode realizar com Seu perdão e Sua misericórdia, como lemos no Evangelho de hoje!
Nesta semana, o Santo Padre, o Papa Bento XVI, fará uma viagem histórica ao Reino Unido (Inglaterra, Irlanda do Norte, Escócia e País de Gales), durante a qual será beatificado o Cardeal Newman (John Henry Newman: http://pt.wikipedia.org/wiki/John_Henry_Newman). Um belo testemunho se sobressai na história daquela nação: em 1535, condenado à morte porque não aceitara renegar sua fé, Thomas Morus (http://hagiosdatrindade.blogspot.com/2009/06/santos-sir-tomas-more-leigo-e-joao.html) é levado ao cadafalso num cortejo impactante. No caminho, sua filha lhe suplica que renuncie à fé católica e, assim, o rei Henrique VIII não somente lhe salvaria a vida como lhe restituiria todos os privilégios, patrimônio e o cargo de Primeiro Ministro do Rei. Preferindo Deus ao poder e ao dinheiro, São Thomas Morus, patrono dos políticos, não somente deu à sua filha um testemunho de honra, dignidade e fé, mas também passou à História como “o Homem que não vendeu sua Alma”.

Fontes:
Folheto “A Missa”, 24º Domingo do Tempo Comum, 12/09/10.

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