sexta-feira, 10 de abril de 2009

Respeitar o direito das crianças à alegria

Meu amado, minha amada,

Este artigo é um presentinho de Deus, para você e para mim. Há semanas eu sinceramente não sabia o que poderia, ou deveria, escrever aqui. Deus viu minha angústia. Ele sempre vê. Ontem Ele me mostrou um livrinho francês, que me deram há pouco tempo, e que estava o tempo inteiro bem na minha frente, era só eu abrir, que lá estaria tudo o que Ele queria dizer a você. E a mim também, claro.

Um aviso: antes que você diga: "Mas este artigo é dirigido às crianças! Acho que estou no site errado..."

Eu respondo: não, você não errou de site. É aqui mesmo, pode ficar e ler até o fim.

"Disse-lhes Jesus: Deixai vir a mim estas criancinhas e não as impeçais, porque o Reino dos céus é para aqueles que se lhes assemelham." (Mateus 19, 14)


Respeitar o direito das crianças à alegria


"Em todas os cantos do mundo onde eu estive para exercer meu ministério, encontrei inúmeros jovens, garotos, garotas, criancinhas. E eu posso lhes dizer que eles se parecem com vocês, no sentido em que seus rostos brilham com a mesma alegria que a de vocês. Em cada continente, não importa em que latitude, esta alegria é a característica que distingue as crianças: é o seu 'lema' de reconhecimento e de conquista: a alegria!

Como eu gostaria de que jamais se apagasse, nem mesmo por um instante, esta alegria do rosto da juventude do mundo! Como eu queria que as crianças fossem poupadas das vicissitudes mais amargas que deformam o sorriso, e que nos fazem envelhecer prematuramente! E como eu queria que os adultos respeitassem este direito que as crianças têm à alegria. Quando eles não o respeitam, não somente roubam de vocês este direito, mas também o roubam de si mesmos e da sociedade inteira. Que nenhum adulto jamais se permita tomar a responsabilidade de deturpar a alegria que caracteriza a idade de vocês, a alegria da candura, a alegria da inocência!

O hedonismo pregado por uma certa mentalidade que se crê moderna chega ao ponto, muitas vezes, de profanar a vida dos mais jovens e até mesmo de crianças pequenas, em favor dos quais é preciso gritar as graves palavras do Evangelho: 'Mas, se alguém fizer cair em pecado um destes pequenos que crêem em mim, melhor fora que lhe atassem ao pescoço a mó de um moinho e o lançassem no fundo do mar' (Mateus 18, 6).

Da mesma maneira, que nenhum governo coloque armas sobre os frágeis ombros de quem ainda é criança. Que aqueles que guerreiam não apontem suas armas mortíferas contra as novas gerações. As crianças são sagradas; elas são de Deus, elas pertencem à humanidade inteira, elas são a primavera destinada a substituir e a vencer a má estação.

Com todas as crianças do mundo que vocês representam aqui, vocês são o sorriso e a esperança desta terra; vocês podem tornar o mundo mais humano. Vocês têm o dom de não desencorajar, o dom de sempre saber recomeçar com entusiasmo e, igualmente, de dar coragem aos adultos através de suas palavras, de sua capacidade de iniciativa, de sua aptidão inata à esperança."


Trecho do discurso do Papa João Paulo II em seu encontro com 35 mil jovens da Ação Católica Italiana, em 28 de maio de 1988.


Extraído do livro
"Dans la joie du Christ" ("Na alegria do Cristo").


Tradução:

Gisele Pimentel

gisele.pimentel@gmail.com

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