sábado, 21 de agosto de 2010

O padre, o pastor e o ferro de passar roupa


Outro dia, numa das palestras da Semana de Oração pela Unidade dos Cristãos, o padre contou o testemunho de um pastor a respeito de como é importante termos um tempo só nosso com Deus. “Recarregarmos nossas baterias” quotidianamente, para podermos dar conta de tudo o que temos que fazer todo santo dia.
Contava o padre que, uma vez, um pastor seu amigo percebeu, de uma forma muito curiosa, como andava se dedicando demais ao trabalho na igreja, sem tirar um tempinho para ouvir Deus em oração. Ele começou a se sentir como um ferro de passar roupa que, ligado na tomada, havia esquentado bastante, e era capaz de dar conta de pilhas e pilhas de roupas, o tempo que fosse necessário até todas as roupas estarem bem passadinhas. Acontece que, num dado momento, ele se sentiu tão “quente”, tão poderoso, que resolveu se “desligar” da tomada, como muitas vezes a gente faz, achando que ainda vai conseguir passar mais roupas ainda, com aquele calor armazenado no ferro, mesmo estando desligado. Só que, desligado da corrente elétrica, o ferro “esfria”, e daí a pouco não consegue mais passar nada. Foi o que aconteceu com o pastor. “Desligado” da “corrente elétrica”, esfriou. E agora, como faria para dar conta de tudo o que precisava fazer ?
Traduzindo, “desligado” de Deus, o pastor começou a “esfriar”, a cansar, pois o que o aquecia era o fogo do Espírito Santo que nos move a servirmos e a vivermos no amor de Deus. Enquanto estava aquecido, ele ia em frente, servia com amor, fazia o que Deus esperava dele, o que o movia era a “corrente elétrica” que é o próprio Deus. A partir do momento em que ele começou a achar que podia dar conta de tudo sozinho e “se soltou” de Deus, as coisas começaram a mudar. Durante um tempo ele ainda teve fôlego para o serviço, mas sem a “corrente elétrica”, não conseguiu mais fazer nada. Precisou se “religar à tomada”, ou seja, precisou reconhecer humildemente que era apenas um “ferro de passar”, um instrumento nas mãos de Deus, pelo qual Ele, Deus, queria agir no meio do Seu povo.
Neste domingo de Pentecostes, penso que nós, cristãos, devemos sempre nos lembrar que somos instrumentos nas mãos de Deus, que fomos criados à Sua imagem e semelhança porque Ele nos ama e porque Ele espera que colaboremos em Sua obra de amor. Seja como ferros de passar roupa, batedeiras, liquidificadores, processadores e tantos outros eletrodomésticos. O que importa é que estejamos conectados em Deus, que a eletricidade do Espírito Santo seja constante em nossas vidas e que O sirvamos sempre com amor e gratidão, passando bem as roupas, fazendo deliciosos bolos ou sucos.

Feliz Pentecostes!

Em Cristo,

Gisèle Pimentel
gisele.pimentel@gmail.com 

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