Ontem, eu e minha mãe precisamos ir ao Centro da Cidade resolver alguns problemas com uma famosa empresa de telefonia que insiste em nos cumprimentar, mas à qual boa parte de nós quer é dar um sonoro “ciao”. Coisas da vida. Depois fomos “bater pernas” ali na Regente Feijó, Buenos Aires, Largo de São Francisco, Ouvidor, Sete de Setembro e adjacências. Gostamos muito, muito mesmo daquela parte do Rio em que cada milímetro nos conta um pouco da nossa própria história, coisas que a maioria de nós nem imagina que possa ter acontecido um dia nem que possa continuar influenciando tanto no nosso quotidiano, neste exato momento.
Nessas idas e vindas, paramos em duas lojas de artigos religiosos – no Centro da Cidade há várias. O que eu acho mais interessante nessas lojas são as capelas. Sim, há lojas com capelas! Sempre que eu entro nessas lojas, eu procuro ir direto para as capelas, fico por lá um tempo e, quando saio, consigo olhar os artigos expostos sem aquela tentação forte de querer levar a loja inteira para casa. Mas claro, isso é só um detalhe. O principal é que eu posso ter encontros maravilhosamente inusitados com Cristo, no meio do dia, nos fundos de uma loja, numa capela geralmente bem pequena, num clima de absoluta intimidade.
Ontem isso aconteceu por duas vezes. Normalmente, quando isso acontece, eu rezo, eu me sinto em paz, eu descanso, eu me sinto renovada. Mas ontem foi diferente. Eu me senti mesmo como aquela samaritana a quem Jesus pediu água tanto tempo atrás, num dia de sol forte, provavelmente. Ele estava com sede de água, claro, afinal era um ser humano, mas também estava com sede do amor e da ajuda que aquela mulher poderia Lhe dar, não só a Ele, mas à obra que Ele veio fazer. Ele estava com sede da presença dela no Reino que Ele veio inaugurar.
Eu senti que Cristo tinha essa sede ontem quando me atraiu duas vezes à Sua presença, num espaço de menos de 20 minutos. Ele queria me falar muitas coisas, queria que eu estivesse mais em Sua presença, queria me instruir. Queria me dar daquela Água que sacia para sempre. E queria me mostrar que até hoje Ele busca, à beira de poços, samaritanas que O ajudem a acabar com a sede de amor e de vida no mundo.
Gisèle Pimentel
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