II Co 5, 14-21 | Sl 102 (103), 1-2, 3-4, 8-9, 11-12 | Mt 5, 33-37
Homilia
Jesus acaba de chamar os Doze. Antes de enviá-los em missão para proclamarem que “o Reino dos Céus está próximo”, Ele lhes faz algumas recomendações. Curar os doentes, ressuscitar os mortos, purificar os leprosos, expulsar os demônios... Os Apóstolos recebem de Jesus um ministério que é inteiramente caracterizado pelo dom da vida. Jesus os chama a serem os comunicadores da vida divina junto a seus irmãos em humanidade.
O princípio de sua ação apostólica ? É simples: ” Recebestes de graça, de graça dai!”(Mt 10, 8b). A lei da doação é a base de todo apostolado. Inicialmente, o Apóstolo viu-se curado, a vida lhe foi novamente concedida, ele foi purificado do seu pecado e libertado de seus inimigos interiores. E este dom de que ele se beneficiou gratuitamente, ele vai agora partilhá-lo gratuitamente. O dom é, em essência, gratuito. Ele não deve esperar nada
Porque ele primeiro deixou-se tocar e transformar pela graça é que o Apóstolo pode ser um canal autêntico (para a graça de Deus atingir a humanidade – N.T.). A questão, para ele, será então de se desligar o máximo possível de si mesmo para permitir que Deus aja nele com todo o Seu poder.
Se é preciso ser pobre para acolher o Reino de Deus, é preciso também sê-lo para anunciar este Reino de modo eficaz, transmitindo credibilidade. A pobreza manifesta o pleno acolhimento à Boa Nova da paternidade providencial de Deus: “Ora, vosso Pai celeste sabe que necessitais de tudo isso. Buscai em primeiro lugar o Reino de Deus e a sua justiça e todas estas coisas vos serão dadas em acréscimo” (Mt 6, 32b-33).
Porém a pobreza não se limita ao desligamento em relação às preocupações materiais. Ela reveste também a forma interior da humildade. O Apóstolo anuncia uma mensagem que o supera, e dá uma vida que ele não retira de si mesmo. Ele deve ter consciência disto sob pena de reduzir o Reino de Deus, por ele anunciado, às suas próprias perspectivas, limitando assim ao Reino o seu poder de salvação.
A missão começa pelos votos de paz. As primeiras palavras de Jesus a Seus Apóstolos, após Sua ressurreição, são “A paz esteja convosco”. Depois, Ele os envia
“Senhor, ajude-nos a sermos verdadeiras testemunhas da paz para o nosso tempo. Isto exige paciência e também muita coragem. Isto exige, às vezes, ir contra determinados pontos de vista do nosso mundo, sacudindo a poeira das nossas sandálias. Tu nos ensinas que a paz do Evangelho não saberia ir contra a Verdade. Senhor, faça de nós verdadeiros pacificadores que, no respeito ao próximo e na caridade, busquem e proclamem a Verdade.”
Padre Joseph-Marie, Famille de Saint-Joseph - França
Tradução e Adaptação:
Gisele Pimentel
gisele.pimentel@gmail.com
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