quinta-feira, 31 de julho de 2008

Anima Christi

Meu amado, minha amada:

Deus, em sua infinita Misericórdia, quis permanecer entre nós para sempre, após sua morte e ressurreição. Talvez não Lhe bastasse saber que estaria conosco em Espírito e em Verdade, conhecendo nossas fraquezas como só Ele conhece. Assim sendo, Ele quis permanecer entre nós como Alimento sagrado para o fortalecimento quotidiano da nossa alma.

A oração a seguir é como um roteiro para meditarmos juntos, eu e você, a respeito da maravilha do mistério da Sagrada Eucaristia.

Alma de Cristo


Santíssima Trindade de Roublev

Alma de Cristo, santificai-me.

Corpo de Cristo, salvai-me.

Sangue de Cristo, inebriai-me.

Água do lado de Cristo, lavai-me.

Paixão de Cristo, confortai-me.

Ó bom Jesus, ouvi-me.

Dentro de Vossas chagas, escondei-me.

Não permitais que me separe de Vós.

Do espírito maligno, defendei-me.

Na hora da minha morte, chamai-me.

E mandai-me ir para Vós,

para que Vos louve com os vossos Santos,

por todos os séculos dos séculos.

Amém.


Ánima Christi

Anima Christi, sanctífica me.

Corpus Christi, salva me.

Sanguis Christi, inebria me.

Aqua láteris Christi, lava me.

Pássio Christi, confórta me.

O bone Iesu, exáudi me.

Intra tua vulnera abscónde me.

Ne permíttas me sepári a te.

Ab hoste malígno defénde me.

In hora mortis meae voca me.

Et iube me veníre ad te,

ut cum Sanctis tuis laudem te

in sáecula saeculórum.

Ámen.


Anima Christi é uma oração católica dedicada a Jesus Cristo. Seu título em latim significa Alma de Cristo em português. Ela ainda é usada (em algumas paróquias) após a Eucaristia.

Muito conhecida, ela surgiu na primeira metade do Século XIV e seu autor é desconhecido. Sabe-se que ela foi enriquecidade de indulgências pelo papa João XXII em 1330.

James Mearns, um hinólogo britânico, a encontrou num manuscrito do British Museum datado do ano de 1370. Ela também foi encontrada no Alcazar de Sevilha, na época de Pedro o Cruel.

Alguns atribuem Alma de Cristo a Santo Inácio de Loyola, que viveu no Século XIV. Ele escreveu a respeito desta oração no início de seu livro Exercícios espirituais.

Jean-Baptiste Lully compôs uma obra chamada Anima Christi. Giovanni Valentini e William Joseph Maher a tocaram.

Antes mesmo que a oração tivesse sido composta, São Tomás de Aquino havia afirmado em sua Suma Teológica que a graça residia na alma do Cristo.

Aquele que ora pede a Jesus que, além de santificá-lo, de salvá-lo, inebriá-lo, lavá-lo, fortificá-lo, atendê-lo, escondê-lo, de ficar com ele, de defendê-lo e de vir até ele. Há uma enumeração de termos empregados na Liturgia Eucarística: anima, corpus, sanguis, aqua, passio. Na religião cristã, Jesus de Nazaré é o Filho de Deus, mas também é Deus Filho, a Segunda Pessoa da Santíssima Trindade, tal como é representado no ícone da Santíssima Trindade de Roublev. Nesta oração, o sentido da palavra "alma" se aproxima daquele da palavra "coração".

Pode-se encontrar ecos bíblicos às palavras empregadas nesta oração: "O Deus da paz vos conceda santidade perfeita. Que todo o vosso ser, espírito, alma e corpo, seja conservado irrepreensível para a vinda de nosso Senhor Jesus Cristo" (ITes 5, 23). O Catecismo da Igreja Católica diz, a propósito da alma, que ela está unida ao corpo a tal ponto que forma com ele um todo.

Recomenda-se recitar esta oração lentamente, num espírito de madura reflexão, para aprofundar a união com Jesus. Pode-se dizer "nós" no lugar de "eu", se assim o desejar.



Tradução:

Gisele Pimentel

gisele.pimentel@gmail.com


Fonte:

fr.wikipedia.org/wiki/Anima_Christi


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