segunda-feira, 18 de outubro de 2010
A grandeza da oração
A oração é a elevação da alma a Deus, como vimos na antífona da entrada da missa de hoje: “Clamo por Vós, meu Deus, inclinai Vosso ouvido e escutai-me.” Ela é o diálogo íntimo com Aquele que tudo pode. Uma comunicação direta com o Senhor de nossas vidas. Não é como um eco que faz voltar aos nossos ouvidos a mesma palavra que pronunciamos, mas o mergulhar n’Aquele que nos sonda, nos conhece e nos ama.
Uma das objeções mais freqüentes que são feitas sobre a oração de súplica é dizer que, se Deus conhece e decidiu de antemão todos os acontecimentos da história, como poderia a criatura pensar em mudar, com a sua oração, a decisão de Deus? São Tomás de Aquino nos responde que “não rezamos para mudar a decisão de Deus, mas para receber aquilo que Ele, desde a eternidade, já decidiu nos dar como resposta às nossas preces” (Suma Teológica II – II, q. 83, a. 2).
Ao longo da história, muitos mestres nos ensinaram a grandeza da oração: homens e mulheres como Santa Teresa d’Ávila, São João da Cruz, Santa Teresa do Menino Jesus, São Bento de Núrsia e São Francisco de Assis, de quem se falava que não era um homem que rezava, mas “um homem feito oração”. Num mundo onde há tantas mensagens, tantas notícias, na era da internet, da comunicação de massa, dos satélites, permanece como o diálogo mais importante e essencial, aquele que acontece na intimidade do coração do homem. Como já dizia Pascal, “nunca o homem é tão grande como quando se põe de joelhos”.
Fontes:
Folheto “A Missa”, 17/10/10, 29º DTC.
http://www.saintefamille.fr/viecontemplative/intentions-de-priere/
domingo, 3 de outubro de 2010
O justo vive pela fé.
Em seu Evangelho, São Lucas narra dois pedidos que os discípulos fizeram a Jesus. No Capítulo 11, ao verem o Senhor descer da montanha após a oração, suplicam: “Senhor, ensina-nos a orar.” No Evangelho de hoje, eleva-se um clamor a Jesus: “Senhor, aumenta-nos a fé!”
A fé é o tema central da liturgia deste domingo. Na Primeira Leitura, Habacuc, que experimentava em sua época a perplexidade de simultâneas invasões de povos estrangeiros que haviam subjugado e dominado Israel, nos mostra que não somente as guerras deixam atrás de si espólios e ruínas. Em nossas vidas também se acumulam escombros a cada dia: são desilusões, perdas dolorosas, preocupações com o trabalho ou a falta dele. Situações-limite que nos fazem perguntar: “Por quê?”, ou “Até quando?” É com essa inquietação que o profeta inicia seu Livro, cujo ponto alto é a conhecida conclusão que inspirou São Paulo em sua Carta aos Romanos: “O justo viverá por sua fé.”
Nossa relação com Deus não pode ser baseada num contrato de deveres e obrigações, de trocas e favores, mas da liberdade amorosa de quem chama a Deus de Pai. Por isso mesmo, a parábola de hoje deve ser entendida não a partir da ótica do arrogante e orgulhoso patrão, mas a partir do servo que, fazendo tudo o que está ao seu alcance, não se coloca como um “credor de Deus”, mas como um filho que fez tudo o que podia para o Pai, de quem tudo recebeu.
Neste ponto, os dois pedidos dos discípulos a Jesus, no Evangelho de Lucas, encontram a mesma resposta: para aumentar a fé, importa rezar com sinceridade de coração, reconhecendo a Deus verdadeiramente como o Pai nosso que está nos Céus.
Fonte:
Folheto “A Missa”, 03/10/2010, 27º DTC.
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