sábado, 8 de agosto de 2009

Semana Sacerdotal

Meu amado, minha amada:

Em primeiro lugar, gostaria de fazer-lhe um convite! Na semana de 1° a 7 de agosto, teremos em nossa paróquia o Seminário "O Projeto de Deus para Você", comemorando o Ano Sacerdotal. Clique no link que eu disponibilizei abaixo, e confira o cartaz com a programação do evento. Estou esperando por você, ok?



Gostaria, também, de pedir desculpas pela minha ausência. Estudo, trabalho, a correria do dia-a-dia... Bom, você me entende.

Pediram-me para que eu escrevesse algo sobre o Ano Sacerdotal. Andei pensando muito no que poderia traduzir, ou mesmo quais textos em português poderiam servir de fontes para minhas profundas pesquisas a respeito do sacerdócio. Tentei me lembrar dos grandes sacerdotes cujas hagiografias tanto me impressionaram, enfim, minha cabeça andou dando voltas e voltas, como se eu fosse ao Engenho de Dentro passando por Ipanema, Santa Cruz e voltando por Campo Grande. Tem lógica isso? Pois é, não tem muita, não.

Quando já estava quase desistindo, sentei-me para preparar o artigo de amanhã do blog "Orai e Ide". Estou eu lendo o Evangelho quando me deparo com Jesus tentando dar um descanso para Seus discípulos. Como era de se esperar, não conseguiu. Por quê? Porque "ao vê-los se afastar, muitos perceberam para onde iam; e de todas as cidades acorreram, a pé, àquele lugar, e chegaram primeiro que eles", "porque eram como ovelhas sem pastor" (Mc 6, 33b.34a).

Muitas vezes nossos sacerdotes não têm tempo nem para "coçar a perna". É tanto trabalho, tanto problema todos os dias, que muitas vezes pensamos: "Puxa, que padre difícil! Acho que está virando estrela!" Nada disso. Nós não fazemos ideia do que seja o quotidiano de um padre.

Claro que, quando sentimos vontade, ou necessidade, de nos confessarmos, o que mais queremos é que o padre esteja ali, à nossa disposição - dependendo da paróquia, até pode acontecer de ter mesmo um padre à nossa disposição, naquele momento. Coisa cada vez mais rara, hoje em dia. Então, ficamos com a sensação de que os sacerdotes mudaram, não cuidam mais do rebanho, não têm mais tempo para nós, e um monte de outras ideias que nos colocam na cabeça. Por quê? Porque, normalmente, não se tem uma noção muito correta de como a vida do padre é corrida, pois justamente ele tem que se desdobrar em mil para poder atender a todo mundo.

Por exemplo: um sacerdote que é professor numa faculdade de Teologia. Ele é menos pastor que um sacerdote que trabalha em tempo integral numa paróquia? Na verdade, ele pastoreia os paroquianos dele e os alunos na faculdade. Não deve ser nada fácil, não é?

O que mais me impressiona na vida dos sacerdotes é a capacidade de se despojarem de si mesmos. Não é uma visão romântica sobre eles, não. Digo isso calcada em experiências bem reais, sobretudo as vividas por mim. Posso dizer que já passei por momentos na minha vida em que sacerdotes amigos meus vieram em socorro meu e da minha família sem pensarem em hora, se estavam muito atarefados ou não, se aquela situação iria atrapalhar suas vidas ou se lhes sobraria algum tempinho para descansarem. Nada disso. Eles só pensaram em nos socorrer. E neste socorro, eles eram pastores nos acudindo, e éramos ovelhas gravemente feridas.

Uma vez assisti a um documentário que mostrava o treinamento de um jovem rapaz que queria ser pastor. Ele ficou seis meses nas montanhas, na França, convivendo com um pastor que era seu mestre. Ele aprendeu tudo a respeito do pastoreio. Mas o principal ele já tinha. Quando o vi cuidando do rebanho de pequenas ovelhas - com o tempo, ele aprendeu a reconhecê-las pelos nomes - ele as tratava como se fossem seus bebês. Embora fosse um aprendiz, a sua vocação já estava ali, ele já sabia como amar cada uma daquelas ovelhas. E cada uma delas sabia lhe ser grata. Acredite! Elas se achegavam a ele, atendiam ao seu chamado, nunca saíam de perto dele.

Neste Ano Sacerdotal, desejo que a gente se lembre sempre de reconhecer o trabalho árduo dos nossos sacerdotes, a dedicação, o amor, a entrega que eles fazem de si à Igreja, a nós. Que a gente também se lembre de lhes agradecer por tudo. Afinal, mesmo sendo homens de carne e osso, como nós, os sacerdotes são homens que Deus Uno e Trino escolheu para trazer o Cristo vivo e ressuscitado até nós, em cada Eucaristia celebrada nos quatro cantos do mundo.

Gisele Pimentel

gisele.pimentel@gmail.com

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