terça-feira, 21 de dezembro de 2010

São José, vivendo sempre o Advento.

Entre aquelas pessoas que souberam viver plenamente o Advento, sem dúvida, podemos colocar São José como um dos primeiros da lista. Sua via foi um constante advento. Nele, encontramos alegria, vigilância e capacidade de mudar os rumos sempre que necessário.
Algumas pessoas até se assustam porque os relatos bíblicos pouco falam a respeito de São José. Estas pessoas, no entanto, se esquecem de que, para o Reino de Deus, vida não é uma questão de tempo. Refere-se muito mais ao jeito como vivemos o tempo que nos é dado. Sejam muitos ou poucos os anos de nossa existência, eles valem a pena na medida em que nós vivemos como o fez São José.
Ele era um apaixonado, um apaixonado por sua Maria, pelas tradições de seu povo, pelo Menino que acolheu do mais fundo do coração, pelo Deus que lhe vinha ao encontro nos momentos mais difíceis. São José nunca dividiu o amor. Quanto mais amava a Mãe do Filho de Deus, mais amava o Menino. Quanto mais se esforçava por dar o melhor de si à Mãe e ao Menino, mais amava seu povo e suas tradições. Quanto mais se empenhava na defesa da Sagrada Família, mais amava seu Deus, origem e proteção daquele Santo Lar.
São José era corajoso. O amor de São José não era um amor covarde, que foge diante da primeira dificuldade. Ao contrário, era um amor combativo, um amor que buscou incessantemente local para Maria dar à luz, um amor que não temeu empreender viagem de volta à terra natal, à pequena e querida Nazaré. Ali, no convívio com Maria e o Menino, no serviço fraterno e acolhedor da carpintaria, junto ao seu povo e às suas tradições, José completou a sua missão: pai de família da Sagrada Família.
Por fim, a coragem de São José, coragem fundamentada no amor, não tirou dele momentos de dúvida e de angústia. Sendo humano, São José também passou por estes sentimentos que a todos assolam. Mas, como homem de Deus, São José soube dar os passos necessários para mudar de rumo sempre que era necessário.
Querido São José, rogai por nós!

Fontes:
Folheto “A Missa”, 4º Domingo do Advento, 19/12/10.

segunda-feira, 6 de dezembro de 2010

Preparai o caminho.

Entre os grandes personagens do Advento, encontramos a figura do profeta Isaías que, em seus oráculos messiânicos, como num sonho maravilhoso, anuncia um novo tempo, em que “a terra estará tão repleta do saber do Senhor quanto as águas que cobrem o mar”.
Para realizar Seu projeto salvífico, Deus não recorrerá aos frondosos cedros do Líbano ou às majestosas palmeiras do Oriente, mas lançará mão de um tronco ressequido do qual nada mais se espera: a raiz de Jessé. Desta cepa, símbolo da dinastia de Davi, que havia sido destronada após o exílio na Babilônia reduzindo o povo hebreu à dominação estrangeira, brotará uma nova vida.
Na figura de uma criança indefesa que desafia e vence o mal, colocando a mão na cova da serpente, Isaías profetizou, entre os povos, o Cordeiro de Deus que tira o pecado do mundo. Uma criança que pelo simples fato de ser anunciada já representa a definitiva derrota do mal, do qual a serpente é a imagem.
Advento é tempo de sonhar, sonhar com um mundo novo, que não deve ser apenas reduzido às festas de fim de ano, quando as pessoas ficam mais sensibilizadas à solidariedade e à fraternidade. Advento é um convite a olhar para as folhas secas que vamos deixando ao longo da vida, contemplando tantos troncos ressequidos que são colocados ao longo da nossa caminhada na certeza de que Deus pode renovar nossas vidas, nossas lutas, nossos cansaços. É tempo de sonhar, e sonhar acordado(a), com os nossos pés firmes no chão, com os corações ao alto, para pôr mãos à obra. Sonhar não custa nada... Talvez descubramos que sonhar seja apenas um sinônimo da palavra esperança.
Que o profeta Isaías nos faça ouvir a voz que clama no deserto do nosso coração: “Preparai o caminho do Senhor!”

Fontes:
Folheto “A Missa”, 2º Domingo do Advento, 05/12/10.