No Evangelho de hoje, Jesus nos mostra o contraponto do mandamento do amor a Deus e ao próximo: o egoísmo de quem só pensa em si mesmo, tornando-se indiferente a todo e qualquer sofrimento. Não é que o rico fosse mau, injusto; mas era cego. E o pior cego é aquele que não quer ver. Seu coração estava cheio de si mesmo, preocupado com os banquetes, com as festas e com seu mundo egoísta.
Em nossos dias, a parábola se repete na relação entre os indivíduos, na ostentação de uns que contrasta com a indigência de tantos, tendo como divisão o muro do egoísmo e da indiferença. Nada mais contraditório à narrativa do Juízo Final: “Tive fome e Me deste de comer, tive sede e M deste de beber... Vinde, benditos de Meu Pai” (MT 25, 31-46).
Ao mesmo tempo, não são poucas as iniciativas de pessoas de boa-vontade, que se preocupam com os (mais) pequeninos, realizando obras de misericórdia e, mesmo no silêncio, através de atos discretos, estendendo a mão e fazendo a diferença na vida de tantas pessoas.
São pessoas que, tocadas pela Palavra de Deus, fazem o que está ao seu alcance, dedicando tempo e recurso aos “Lázaros” de hoje. Neste dia da Bíblia, que coincide com a festa de São Jerônimo – este, a pedido do Papa São Damaso, traduziu o Antigo e o Novo Testamento do hebraico, aramaico e grego para o latim (a “vulgata”), a língua falada naquele tempo –, somos chamados a fazer da Palavra de Deus um manual para as nossas vidas e, também, a fazer de Jesus o grande tesouro da nossa existência.
Conta-se que um homem sábio, passando por uma aldeia, sentou-se sob uma árvore para ali passar a noite. De repente, um jovem chega correndo e suplica: “Dá-me a pedra preciosa.” “Que pedra?”, pergunta o homem. “Na noite passada, o Senhor me apareceu em sonho e me disse que, após o pôr-do-sol, encontraria um homem de Deus que me daria uma pedra preciosa, que me faria rico e feliz para sempre.” Tomando do alforje, o sábio disse: “Provavelmente é isto que encontrei há alguns dias entre as pedras do bosque. É seu.”
Maravilhado, segurando com firmeza o precioso diamante, o jovem se retira com a pedra que lhe fora dada. Durante toda a noite, revirou-se na cama sem poder dormir e, no dia seguinte, aos primeiros raios da aurora, correu até a árvore, acordando o homem e dizendo: “Por favor, te suplico, me conceda essa riqueza que te permite entregar a um estranho com tanta facilidade algo tão precioso.”
O Reino do Céu é comparável a um homem que encontrou um tesouro... O tesouro verdadeiro. Que neste Dia da Bíblia meditemos sobre este tesouro.
Fontes:
Folheto “A Missa”, 26/09/2010, 26º DTC.
http://www.private-diamond-club.com/an-en-FROMROUGHDIAMONDTOCUTDIAMOND.php