segunda-feira, 12 de julho de 2010

Quem é o meu próximo?

Quem é o meu próximo? Os doutores da Lei julgavam que este próximo a quem se refere o mandamento seria um israelita e, no máximo, um prosélito, isto é, algum dos pagãos que haviam aderido ao judaísmo. Ao indicar, na parábola do Bom Samaritano, que o próximo é cada ser humano, independente de classe, origem étnica ou religião, devem ser inseridas nesse conceito, mas que até mesmo o inimigo deve ser o nosso próximo. Como sabemos, os judeus não se davam com os samaritanos, considerados como povo de segunda classe.
Em Sua resposta, Jesus inverte o conceito de próximo: para Ele, próximo não é o judeu prostrado no caminho, mas o samaritano que o socorre. Próximo é aquele que cada um de nós é chamado a se tornar. Não devemos esperar que surja alguém em nosso caminho com um cartaz de S.O.S., ou uma sirene luminosa. A questão decisiva não poderá ser: “Quem é meu próximo?”, mas sim: “De quem posso tornar-me o próximo?”
Se Jesus vivesse hoje em Israel e um doutor da Lei Lhe fizesse a mesma pergunta, certamente narraria a parábola do “Bom Palestino”; se, ao invés disso, quem O interrogasse fosse um palestino, no lugar do samaritano mencionaria um judeu (quer dizer, ao palestino, narraria a parábola do “Bom Judeu”). Poderíamos pensar quem Ele indicaria como nosso próximo, se fossemos nós que Lhe fizéssemos a mesma pergunta.
Ao longo de nossas vidas, quantas vezes temos a oportunidade de sermos como este homem! Quem já não teve a experiência de saber que, com apenas uma assinatura, uma palavra, um gesto, podemos selar o presente e o futuro de uma pessoa? Com um perdão, pode-se devolver a vida a quem amarga o arrependimento e o próprio remorso. Com um gesto de disponibilidade, podemos salvar vidas.
A parábola do Bom Samaritano nos recorda que a nossa simples presença, solidária e silenciosa, o simples deter-se diante de alguém para ouvir, pode devolver ao outro a esperança e a alegria de viver.

Fontes:
Folheto “A Missa”, 15º Domingo do Tempo Comum – 11/07/10.