quarta-feira, 28 de abril de 2010

Santa Catarina de Sena, Leiga, Mística, Doutora da Igreja (+1380), 29 de Abril

Catarina de Sena (25 de Março 1347 - 29 de Abril 1380) foi uma leiga da Ordem Terceira de São Domingos, venerada como Santa Catarina na Igreja Católica. Catarina de Siena foi ainda uma personagem influente no Grande Cisma do Ocidente.

Catarina nasceu em SienaItália no dia 25 de março do ano 1347, sendo a 24ª filha de um tintureiro chamado Giacomo di Benincasa. Os seus pais eram burgueses comerciantes, com forte sentido religioso e familiar, próprio do seu tempo.
Aos 7 anos de idade Catarina consagrou a sua virgindade a Cristo e aos 15 ingressou na Ordem Terceira de São Domingos. Catarina encarou a sua clausura com seriedade e vivia encerrada no seu próprio quarto, onde, por intermédio da oração e diálogo afirmava que estava sempre com e em Cristo. Catarina abandonou a sua cela somente em 1374, quando a peste se alastrou por toda a Europa e ela decidiu cuidar dos enfermos e abandonados, tendo praticado grandes atos de caridade. Nesse mesmo ano (1374), recebeu uma visão e ficou estigmatizada. Na visão Cristo lhe disse de d'ora em diante ela trabalharia pela paz, e mostraria a todos que uma mulher fraca pode envergonhar o orgulho dos fortes.
No ano 1376, quando toda a Itália estava envolvida em graves disputas políticas à volta do papado, organizaram-se nas cidades de PeruggiaFlorençaPisa e em toda a Toscana milícias e revoltas contra o poder político do Papa Gregório XI. Catarina decidiu seguir até Avignon, cidade onde os papas viviam desde há mais de 70 anos, e apresentar-se diante do mesmo para convencê-lo a regressar a Roma, pois que tal seria fundamental para a unidade da Igreja e pacificação da Itália. Tendo obtido esse grande sucesso em 1378, voltou para sua cidade, onde adoeceu e faleceu em 29 de Abril de 1380, dia em que se comemora a sua memória litúrgica. Tal sucesso foi no entanto de pouca duração, pois que a eleição seguinte tornou a mergulhar a cristandade em nova divisão: o Grande Cisma do Ocidente.
Embora analfabeta, Catarina ditou mais de 300 cartas endereçadas a todo o tipo de pessoas, desde papas, aos reis e líderes, como também ao povo humilde, onde lutava pela unificação da Igreja e a pacificação dos Estados Papais. Uma das suas obras ditadas, Diálogo sobre a Divina Providência, é um livro ainda hoje considerado um dos maiores testemunhos do misticismo cristão e uma exposição clara de suas idéias teológicas e espiritualidade.
Em 1970, o Papa Paulo VI declarou-a Doutora da Igreja, sendo a única leiga a obter esta distinção. O Papa João Paulo II declarou-a co-padroeira da Europa, juntamente com Santa Brígida da Suécia e Santa Teresa Benedita da Cruz.

Obras

§ Cartas;
§ O Diálogo.

Leitura recomendada

§ Catarina de Sena, por Sigrid Undset.

Fontes
http://pt.wikipedia.org/wiki/Catarina_de_Siena
http://www.evangelhoquotidiano.org/zoom_img.php?frame=3279&language=FR&img=&sz=full

segunda-feira, 19 de abril de 2010

O perdão de Pedro

Às margens do Mar da Galiléia, onde tudo começara, mais uma vez o chamado à missão. O Evangelho da missa de hoje nos mostra a segunda vocação de Simão, chamado Pedro. Como da primeira vez, uma pesca milagrosa vai suscitar o reconhecimento de suas faltas e a conseqüente revelação de Jesus como o Senhor.
 Na primeira vez, Simão, que havia trabalhado a noite inteira com seus companheiros sem nada pescar, se prostra diante de um jovem Rabino, reconhecendo-se pecador. Hoje, ao ouvir da boca do discípulo amado que aquele Homem, aparentemente desconhecido, "era o Senhor", Pedro se lança em direção à praia tendo no coração o arrependimento de tê-Lo negado por três vezes.
Entre as duas vocações transcorrem-se três anos de uma profunda convivência. Entre Jesus e Pedro, ocorreu o mistério de um familiar convívio, e do sofrimento lancinante da Paixão. Por isso mesmo, lembrado de sua fraqueza, Pedro nada ousa dizer ou perguntar. Será Jesus quem tomará a iniciativa. Com o mesmo olhar terno e profundo, que o havia atingido como um dardo de amor e misericórdia naquela terrível noite da agonia em casa de Caifás, Pedro é interrogado, três vezes, por Jesus: "Simão, tu Me amas?"
E agora, aquele que um dia fora chamado a ser pescador de homens, receberá a missão de ser pastor das ovelhas do Senhor. Uma única condição lhe é pedida - afinal, o rebanho pertence ao Bom Pastor, que deu a vida por Suas ovelhas. Anulando definitivamente com o amor sua tríplice negação, Jesus ensina a Pedro que somente um coração capaz de amar é digno de apascentar Suas ovelhas.

Fontes:
Folheto "A Missa", 3º Domingo da Páscoa - 18/04/10.
http://robert-juigner.fr/images/resurrection/36.jpg

domingo, 18 de abril de 2010

“Disse-lhes Jesus: ‘Vinde, comei'.”

O relato é longo e consta de duas partes bem claras: a primeira (vv. 1-14) mostra a missão evangelizadora da Igreja. Na segunda (vv.15-19), Pedro confessa três vezes o seu amor pelo Senhor, e lhe é conferido o cuidado supremo do rebanho. Este pastoreio deve assemelhar-se ao de Cristo, que entregou a Sua vida pelas ovelhas.
Cristo escolheu Pedro para assumir Seu lugar de Pastor. O amor é sempre uma mensagem universal que pode atingir todas as culturas, raças e ideologias, pois é a aspiração mais profunda do Homem, que o capacita a tornar-se testemunha de Deus.
O amor que Jesus exige é uma experiência nova, diferente e única. Trata-se da presença de Jesus Ressuscitado que atua por meio do serviço aos homens e ao mundo, tendo em vista a unidade.
Esa dinâmica evangélica permite entender que o amor significa seguir a Cristo, possibilitando a distinção entre o que há de autêntico e de falso na vida. O Evangelho mostra-nos que a vocação de Pedro é, sem dúvida, um apelo à unidade de fé no amor e à iniciativa de servir.

Fontes:
Diário Bíblico 2010, Ed. Ave-Maria.
http://www.canvaz.com/gallery/2308.htm

terça-feira, 13 de abril de 2010

“A paz esteja convosco. Como o Pai Me enviou, Eu também vos envio.”

No primeiro encontro com os discípulos, após a Ressurreição, Jesus lhes diz, por duas vezes: “A paz esteja convosco!” A presença do Espírito Santo é sempre assinalada pela paz, um dos Seus principais dons.
O Ressuscitado aparece aos discípulos: cria uma nova humanidade. A Páscoa cristã é a celebração do início de uma nova humanidade, que nasce do Espírito do Cristo Ressuscitado.
O sopro de Jesus simboliza o Espírito, princípio da nova Criação. Como é narrado no Livro dos Atos dos Apóstolos (1, 8), o dom do Espírito é sempre sinal de missão. Na força do Espírito, serão eles portadores daquela salvação que Jesus, como Cordeiro, realizou na Sua Paixão e que se concretiza no perdão dos pecados.
Toda a nossa vida de cristãos está sob o sinal do Espírito recebido no Batismo e na Crisma, o nosso Pentecostes. Nela, devemos amadurecer os “frutos do Espírito”: amor, paz, alegria, paciência, espírito de serviço, bondade, confiança nos outros, mansidão.
Se esperávamos uma transformação milagrosa, mudemos nosso modo de pensar. É que o Espírito não age assim. Desenvolve-se qual pequena semente plantada em nosso coração: cresce lentamente, sem estardalhaço, mas produz frutos abundantes.
Os últimos dois versículos do Capítulo 20 do Evangelho de São João (vv. 30-31) apresentam a finalidade deste Evangelho. Ele foi escrito conforme um critério seletivo e visa a apresentar não uma biografia, mas o sentido da pessoa e da missão de Jesus. A finalidade é levar os leitores à fé em Jesus, reconhecendo-O como o Messias, Filho de Deus.

Fontes:
Diário Bíblico 2010, Ed. Ave-Maria.
http://www.trinityhoughton.org/building/windows/Jesus_Thomas.JPG

domingo, 4 de abril de 2010

Ressuscitou, como disse.

Desde a Antigüidade, os cristãos se reúnem em vigília na véspera do domingo seguinte à primeira lua cheia da primavera (no outono do nosso Hemisfério Sul) para celebrar a Páscoa do Senhor. Aos primeiros raios de sol, entoavam jubilosos as palavras do Salmo 117: "Este é o dia que o Senhor fez para nós, alegremo-nos e Nele exultemos."
Com essas palavras, recordavam o primeiro dia do Gênesis, em que Deus criou a luz, em que a Terra era informe e vazia e o Espírito de Deus pairava sobre as águas. Recordava-se a Palavra criadora de Deus que, ao chamar do nada todas as coisas, viu que tudo era bom.
Hoje, a Igreja celebra a nova Criação. No momento em que Cristo ressurge da morte, resgatando o Homem decaído - nosso pai Adão e toda a sua descendência, a Humanidade - do mal e da morte, o universo inteiro é recriado. Não é por acaso que, na tarde de Páscoa, estando fechadas as portas por medo dos judeus, Jesus aparece junto aos discípulos saudando-lhes com a paz. Soprando sobre eles, lhes diz: "Recebei o Espírito Santo." O mesmo Espírito que pairava sobre as águas, transformando o caos em cosmo; o mesmo sopro divino que animou do barro o primeiro homem é insuflado sobre toda a humanidade por Aquele que, do alto da Cruz, dando um grande grito, entregou o Seu Espírito. Envia Teu Espírito, Senhor, e renova a face da Terra.
"Se ressuscitastes com Cristo" - nos diz neste domingo o grande Apóstolo São Paulo - "buscai as coisas do Alto." A ressurreição de Cristo é questão vital para nós. Somos todos participantes dessa vitória. Somos vivos, graças Àquele que o livro do Apocalipse chama de o Vivente, Cristo Ressuscitado. Realiza-se hoje aquela estupenda expressão do Bispo Santo Irineu de Lyon: "A glória de Deus é o homem vivo" (Gloria Dei homo vivens); ou seja, onde mais se torna visível a glória de Deus é no homem pleno de vida.
Celebramos hoje a vida em plenitude. Cristo, nossa Páscoa, foi imolado. A vida venceu a morte. Nossa esperança está viva e tem um Nome: Jesus, Vencedor da morte e Senhor da vida. A todos, uma feliz e santa Páscoa!

Fontes:
Folheto "A Missa", 04/04/10 - Domingo da Páscoa na Ressurreição do Senhor.
http://patrick.delsaut.perso.neuf.fr/Message_d_Alerte_fichiers/Jesus_ressuscite.gif

sábado, 3 de abril de 2010

“A natureza pascal da vida cristã.”

A festa da Páscoa é o centro da vida cristã. É a festa da vida, vida do Cristo ressuscitado e de todos os cristãos. Nesse dia não celebramos a memória de um herói morto, mas a presença de um Vivo e Vivente, Jesus de Nazaré, o Filho de Deus.
Temos, no relato do evangelho de hoje, dois episódios: no primeiro, Maria Madalena vai ao sepulcro, encontra-o vazio e relata a notícia da retirada do Corpo de Jesus a Pedro e ao discípulo amado (João Evangelista); no segundo, Pedro e o discípulo amado correm até o sepulcro e comprovam o fato.
Diante de tudo isso, brotam algumas reflexões: tanto Madalena como os dois discípulos ficam confusos, não compreendem o que acontecera, pois tudo parece ter acabado com a morte de Jesus.
Mas a vida renasce, e não há mais morte. Celebramos hoje o ponto culminante de nossa vida cristã, pois Cristo ressuscitou e a Sua Ressurreição é o resgate de todo o ser humano a uma nova ordem de relação no mundo.
Os dois discípulos mencionados na narrativa de hoje, Pedro e o discípulo que Jesus amava, estão juntos nas narrativas da Paixão. O discípulo que Jesus amava (talvez João, o próprio autor) identificou a mensagem do Mestre, permaneceu junto d'Ele durante a Paixão - ao passo que Pedro ficou parado e O negou - e acompanhou Jesus até o Calvário. Pedro, ao invés, fugiu.
No Evangelho de hoje, Pedro aparece novamente vencido. O discípulo que Jesus amava "começou a acreditar", diante dos sinais da morte: sepulcro, os panos, o sudário... Ele percebe a vitória da vida. Ao passo que Pedro, vendo as mesmas coisas, custa a ter fé na Ressurreição.
Uma vida dedicada aos irmãos, como Jesus fez, não se conclui com a morte, mas se abre para a plenitude de vida em Deus.

Fontes:
Diário Bíblico 2010, Ed. Ave-Maria.
http://www.pelerin.info/mm/illustrations/Multimedia/Pelerin/2009/actualite/res_450.jpg

Não está aqui !

Como as santas mulheres, que nos primeiros raios daquela manhã de Páscoa andaram à luz de velas rumo ao sepulcro, também nós nos reunimos hoje com velas acesas. No solene lucernário com o qual a Mãe Igreja inicia esta santa Vigília, Mãe de todas as vigílias, como acenava Santo Agostinho, a Sagrada Liturgia, de certo modo, nos faz reviver aquela noite cantada na venerável poesia do Hino de Santo Ambrósio, que há muitos séculos nos convida no coração dessa noite: Exullet.
Exulte, isto é - como nos recorda a origem latina desta palavra - somos chamados a dar pulos de alegria! Celebramos a vitória da luz sobre as trevas, da graça sobre o pecado, da vida sobre a morte. Contemplamos, no fulgor desta noite santa, o grande presente que Deus nos concedeu desde aquela noite santa do Natal: Deus que nasceu para nós, um Deus que o ser humano pode tocar, ver e ouvir, mas se fez Homem para morrer por nós. Com Sua morte, não apenas o véu do Templo, mas os céus, se abriram, a morte foi vencida e o Homem com Deus se encontrou.
Ó noite santa em que o Cristo, quebrando os vínculos da morte, sai Vitorioso do sepulcro! Em que Deus renova a Criação, em que as profecias se realizam, em que o povo eleito realiza o novo e definitivo êxodo através das águas batismais, e passamos da morte para a vida.
O felix culpa. Feliz e bendita culpa, pois até o pecado de Adão, nosso primeiro pai, assume novo sentido, porque a culpa primeira foi revogada pela obediência do novo Adão, Cristo, obediente até a morte que, no grande duelo é morto, mas reina Vivo, ressuscitado e glorioso.
Como não exultar com o coração? Como não cantar com a voz e os lábios diante da grande e sempre Boa Nova de que a vida, e não a morte, tem agora a última palavra, porque a Palavra Eterna, que armou sua tenda entre nós, nos deu a certeza de que a vida é soberana! "Não está aqui; ressuscitou, como disse" (Mt 28, 6). Sim, o Senhor venceu a morte, n'Ele somos mais que vencedores: somos vitoriosos!
A todos uma feliz e santa Páscoa!

Fontes:
Folheto "A Missa", 03 de Abril de 2010 - Vigília Pascal na Noite Santa.
http://blogs.jmj2005.fr/media/bougies.jpg

"Cristo nunca abandona os homens."

A liturgia celebra hoje a Vigília Pascal. À luz da mensagem de Jesus, o homem é tanto mais livre quanto mais se coloca a serviço do bem comum, sem temer, inclusive, perder a própria liberdade para que os outros se tornem livres.
Em Jesus, essa liberdade autêntica foi vivida na obediência ao Pai e no serviço desinteressado aos homens. Ela atinge seu ápice na Cruz. Ao buscar nas Escrituras o sentido da morte de Jesus na Cruz, nos convencemos de que Jesus não morreu para Si mesmo, mas para nós. Daí o seu caráter de expiação. Se não fosse assim, o mistério da morte de Cristo ficaria reduzido a um ato de pequena compaixão que nem mesmo salva.
O cristão pode encarar a morte em sua terrível realidade sem por isso renunciar à esperança.

Fontes:
Diário Bíblico 2010, Ed. Ave-Maria.

"Ele não está aqui!"

No primeiro dia da semana, ao raiar do dia, as mulheres que haviam acompanhado Jesus desde a Galiléia vão ao sepulcro para embalsamar o Corpo do Mestre. Uma enorme surpresa as aguarda: o Corpo do Senhor desapareceu do túmulo, cuja pedra foi rolada para o lado! Elas estão totalmente aturdidas. Bruscamente, enquanto tudo ainda está escuro ao redor e no coração dessas mulheres, dois mensageiros divinos, com vestes resplandecentes, apresentam-se a elas, encarregados de orientá-las em sua busca: «Por que estais procurando entre os mortos Aquele que está Vivo?» Se Ele vive, então é claro que «Ele não está aqui» : os viventes não habitam os túmulos. Mas como pode Ele estar vivo,Ele, cujos restos mortais foram depositados neste sepulcro? A resposta ressoa como o som de uma trombeta : «Ressuscitou! Lembrai-vos do que ele vos falou, quando ainda estava na Galiléia: ‘O Filho do Homem deve ser entregue nas mãos dos pecadores, ser crucificado e ressuscitar ao terceiro dia’ » 
Ainda hoje, é a Palavra de Jesus que deve orientar nossa busca ; é ela que nos faz pressentir que a aparente ausência do Senhor anuncia um outro tipo de presença, que precisamos discernir à luz da fé.
Missão cumprida, os anjos desaparecem. Movidas por uma louca esperança, «Maria Madalena, Joana e Maria, mãe, assim como as outras mulheres que os acompanhavam» correm para partilhar sua espantosa experiência, da qual elas ainda não conseguem medir o alcance. Mas os Apóstolos quase não lhes dão crédito, pois elas parecem delirar ; eles acham que elas têm dificuldade para fazer o luto das suas esperanças.
Pedro, todavia, está espantado com o que as mulheres contaram ; ele não quer ter dúvidas em seu coração, e corre para o túmulo, onde ele encontra somente os lençóis. O Corpo havia mesmo desaparecido. Perturbado, Pedro não vai ao encontro dos seus companheiros, mas «volta para casa, espantado com o que aconteceu». Ele ainda não consegue acreditar, mas também se põe a caminho: ele entra em seu próprio interior para fazer, por sua vez, o exercício de reflexão que os Anjos pediram às mulheres que fizessem. Assim, ele se prepara para o encontro com o Ressuscitado (Lc 24, 34), que será o fundamento da fé da Igreja.
Tal foi o caminho das mulheres, dos Apóstolos e de todas as gerações de fiéis ao longo da História; tal é também o caminho que pegamos nesta noite santa. Porque escutamos longamente a Palavra dos profetas, que nos anunciavam a vinda do Messias, podemos agora reconhecer a presença do Ressuscitado no âmago de Sua aparente ausência.
Sim, o Cristo ressuscitou : Ele está vivo agora, em nosso meio. Possa Ele nos renovar na nossa fé, na nossa esperança e na nossa caridade, a fim de podermos discernir os sinais de Sua presença na nossa vida quotidiana. Poderemos, então, ser testemunhas da Boa Nova durante toda a nossa vida: Cristo ressuscitou, Ele verdadeiramente ressuscitou! Aleluia, Aleluia!

Padre Joseph-Marie, Família de São José – França

Tradução e Adaptação :
Gisèle Pimentel

Fontes :

"Eu te ordeno : levanta-te, tu que dormes!"

O que está acontecendo ?
Reina hoje um grande silêncio na Terra,
um profundo silêncio 
e uma enorme solidão.
Um profundo silêncio 
porque o Rei está dormindo.
A Terra tremeu e depois se acalmou,
porque Deus, em Sua carne, adormeceu e foi despertar 
os que há séculos dormiam.
Ele vai procurar Adão, nosso primeiro Pai, a ovelha perdida.
Ele quer visitar
 todos os que se encontram
nas trevas e na sombra da morte.
Ele que é, ao mesmo tempo, 
seu Deus e Filho,
vai para libertar, 
das dores e dos grilhões,
Adão e Eva, prisioneiros.
O Senhor marchou até eles, munido da Cruz, a arma de Sua vitória.
Quando O viu, Adão, o primeiro Homem, batendo aterrorizado em seu peito,
gritou para todos os outros:
“Meu Senhor está conosco!” E o Cristo respondeu a Adão : “Eu estou no meio de vós.” 
“Desperta, tu que dormes, levanta-te dos mortos,
e o Cristo te iluminará.
Eu sou teu Deus, que para ti tornei-Me Filho.
Eu te ordeno : levanta-te, tu que dormes,
pois não te criei para que vivas aqui, acorrentado, na mansão dos mortos.
Levanta-te dentre os mortos : sou Eu vida para os mortos.
Levanta-te, obra das Minhas mãos ;
Levanta-te, Meu semelhante criado à Minha imagem.
Desperta-te e saiamos daqui.
Pois tu estás em Mim, e Eu em ti.
Levanta-te, partamos daqui.
O inimigo te fez sair do Paraíso ;
Eu não te colocarei mais no Paraíso, mas sobre um trono celeste.
Eu te afastei da simbólica árvore da vida ;
mas eis que Eu, que sou a Vida, torno-Me Um contigo.”

Antiga homilia para o Sábado Santo.

Tradução e Adaptação :
Gisèle Pimentel

Fontes :

sexta-feira, 2 de abril de 2010

02 de Abril de 2010 - 5 anos sem João Paulo II

Papa João Paulo II (latim: Joannes Paulus PP. II, em italiano Giovanni Paolo II), nascido Karol Józef Wojtyła (Wadowice, Polônia, 18 de Maio de 1920 — Vaticano, 2 de Abril de 2005[1]), foi o Sumo Pontífice da Igreja Católica Apostólica Romana de 16 de Outubro de 1978 até à data da sua morte,[2] e sucedeu ao Papa João Paulo I, tornando-se o 265º Papa e o primeiro Papa não-italiano em 455 anos[3] (desde o holandês Adriano VI, no século XVI) e o primeiro Papa de origem polaca.[4] Teve o terceiro Papado mais longo da história do catolicismo,[5] com 26 anos de pontificado.[6] Foi o primeiro Papa no Terceiro Milênio.

História pessoal

Karol Józef Wojtyła nasceu em Wadowice,[1] uma pequena localidade ao sul da Polônia, a 50 quilômetros de Cracóvia;[1] filho de um tenente do exército dos Habsburgos, de quem herdou o nome, também chamado Karol Wojtyła. O seu irmão Edmund, ao formar-se em medicina, transformou-se na esperança de sustento da família, uma vez que o soldo do tenente Wojtyła era insuficiente para tal.
Em 1929, perderia a mãe, Emilia Kaczorowska,[7]   vitimada por uma doença nos rins. Em 1931, morreria o irmão, de escarlatina. Karol perderia o pai poucos dias antes de completar 22 anos. Nesta altura a Polônia enfrentava, juntamente com grande parte da Europa, as conseqüências da invasão alemã da Segunda Guerra Mundial. Assistiu, portanto, ao assassinato de vários dos seus amigos e colegas.
Manifestando interesse pelo teatro — cuja participação potenciava apoios à resistência polaca contra o nazismo —, pela música popular e pela literatura, a sua juventude foi marcada por intensos contatos com a então ameaçada comunidade judaica de Cracóvia, e pela experiência da ocupação alemã, durante a qual trabalhou numa fábrica de produtos químicos para evitar a sua deportação à Alemanha nazista. Atleta (chegou a atuar como jogador de futebol numa equipe amadora de Wadowice) e, muito religioso, (foi fundador de uma Congregação Mariana no seu colégio), Karol Wojtyła foi ordenado sacerdote católico em 1º de Novembro de 1946 pelo então cardeal-arcebispo de Cracóvia, Adam Stefan Sapieha.
Foi docente de Ética na Universidade Jaguelônica e, posteriormente, na Universidade Católica de Lublin. Em 28 de Setembro de 1958 foi nomeado bispo auxiliar de Cracóvia e quatro anos depois chega ao cargo máximo na sua diocese. Em 30 de Dezembro de 1963 é apontado por Paulo VI como arcebispo de Cracóvia. Na qualidade de bispo e arcebispo, Wojtyła participa no Concílio Vaticano II, contribuindo para a redação de documentos que se tornariam na Declaração sobre a Liberdade Religiosa (Dignitatis Humanae) e a Constituição Pastoral da Igreja no Mundo Moderno (Gaudium et Spes), dois dos mais historicamente importantes e influentes resultados do concílio. Foi elevado a cardeal pelo Papa Paulo VI em 28 de Junho de 1967.

Hábitos religiosos

Segundo o livro Why a Saint?, publicado em janeiro de 2010 por Slawomir Oder, monsenhor que cuida processo de beatificação de João Paulo II, o Papa realizava a prática conhecida no Cristianismo como mortificação, ou seja, auto-flagelação, para atingir um grau mais próximo de Deus. Oder diz que no armário do pontífice existia uma cinta utilizada para executar o ato e que também Karol Wojtyla dormia algumas vezes no chão para praticar ascetismo.[8]

 Eleição

Quando da morte do Papa Paulo VI, em 6 de Agosto de 1978, esteve presente no conclave de 26 de Agosto de 1978, que escolheria Albino Luciani para um dos pontificados mais curtos da História. Trinta e três dias depois de votar no conclave, no dia 28 de Setembro de 1978, o então cardeal de Cracóvia, Karol Wojtyła, soube da triste – e até hoje suspeita – morte de João Paulo I pelo seu motorista particular. De volta a Roma, ele foi escolhido Papa em 16 de Outubro de 1978.
O conclave que aconteceu em seguida ao inesperado falecimento do Papa João Paulo I, foi dominado por duas correntes que tiveram como candidatos o conservador arcebispo de Gênova, Giuseppe Siri, e o mais liberal, arcebispo de Florença, Giovanni Benelli. Crê-se que a eleição de Karol Wojtyła tenha sido uma solução de compromisso e que constituiu uma surpresa.
Adotou o nome de João Paulo II em homenagem ao seu antecessor e rapidamente colocou-se do lado da paz e da concórdia internacional, com intervenções freqüentes em defesa dos direitos humanos e das nações.
Foi o Papa mais novo a ser eleito desde Pio IX, porque foi eleito aos 58 anos. Tornou-se o Papa cuja ação foi mais decisiva no Século XX: as suas viagens ultrapassaram em número e extensão as de todos os antecessores juntos, reunindo sempre multidões; para muitos tinha o carisma do Papa João XXIII; participou em eventos ecumênicos (foi o primeiro a pregar numa igreja luterana e numa mesquita, o primeiro a visitar o Muro das Lamentações, em Jerusalém); procedeu a numerosas beatificações e canonizações; escreveu 14 encíclicas.

Brasão e lema

§   Descrição: Escudo eclesiástico. Campo azul, com uma cruz latina de jalde adestrada acompanhada de uma letra "M" do mesmo, no cantão senestro da ponta. O escudo está assente em tarja branca. O conjunto pousado sobre duas chaves "decussadas", a primeira de jalde e a segunda de argente, atadas por um cordão de goles, com os seus pingentes. Timbre: a tiara Papal de argente com três coroas de jalde. Sob o escudo, um listel de azul com o mote: "TOTVS TVVS", em letras de jalde. Quando são postos suportes, estes são dois anjos de carnação, sustentando cada um, na mão livre, uma cruz trevolada tripla, de jalde.

§   Interpretação: O escudo obedece às regras heráldicas para os eclesiásticos. O campo em azul representa o firmamento celeste e ainda o manto de Nossa Senhora, sendo que este esmalte significa: justiça, serenidade, fortaleza, boa fama e nobreza. A cruz é o instrumento da salvação de todos os homens e representa o próprio Nosso Senhor Jesus Cristo e, sendo de jalde (ouro), simboliza: nobreza, autoridade, premência, generosidade, ardor e descortínio. A letra "M" representa a Virgem Maria, principal intercessora do gênero humano, que esteve todo o tempo junto à cruz de seu Filho ("Iuxta crucem lacrimosa" Cf. Jo 19,25), sendo de jalde (ouro), tem o significado já descrito deste metal. Os elementos externos do brasão expressam a jurisdição suprema do Papa. As duas chaves "decussadas", uma de jalde (ouro) e a outra de argente (prata) são símbolos do poder espiritual e do poder temporal. E são uma referência do poder máximo do Sucessor de Pedro, relatado no Evangelho de São Mateus, que narra que Nosso Senhor Jesus Cristo disse a Pedro: "Dar-te-ei as chaves do reino dos céus, e tudo o que ligares na terra será ligado no céu, e tudo o que desligares na terra, será desligado no céu" (Mt 16, 19). Por conseguinte, as chaves são o símbolo típico do poder dado por Cristo a São Pedro e aos seus sucessores. A tiara Papal usada como timbre, recorda, por sua simbologia, os três poderes Papais: de Ordem, Jurisdição e Magistério, e sua unidade na mesma pessoa. No listel o lema "TOTVS TVVS", é uma expressão da imensa confiança do Papa na Mãe de Deus: "Sou todo teu, Maria", sendo que ele colocou toda a sua vida sacerdotal sob a proteção da Virgem.

Pontificado

Com mais de 26 anos, é o terceiro pontificado mais longo da História da Igreja Católica. Alguns números que se destacam são o de viagens pastorais fora da Itália (mais de 100, visitando 129 países e mais de 1000 localidades), cerimônias de beatificação (147) e canonizações (51), nas quais foram proclamados 1338 beatos e 482 santos. É considerado pelo seu carisma e habilidade para lidar com os meios de comunicação social, o Papa mais popular da História.
A primeira metade do seu pontificado ficou marcada pela luta contra o comunismo na Polônia e restantes países da Europa de Leste e do mundo. Muitos polacos consideram que o marco inicial da derrocada comunista foi o discurso de João Paulo II em 2 de Junho de 1979, quando falou a meio milhão de compatriotas em Varsóvia e destacou o trabalho do Solidariedade. "Sem o discurso de Wojtyla, o cenário teria sido diferente. O Solidariedade e o povo não teriam se sentido fortes e unidos para levar a luta adiante", acredita o escritor e jornalista Mieczylaw Czuma. "Foi o Papa que nos disse para não ter medo." Dez anos depois, as eleições de 4 de Junho de 1989 foram uma "revolução sem sangue" e encorajaram outros países do bloco comunista a se liberar de Moscou. A data tornou-se simbólica do fim do socialismo real. O movimento sindical Solidariedade, liderado por Lech Walesa, obteve a vitória nas primeiras eleições parcialmente livres de todo o bloco comunista.[9]
João Paulo II criticou fortemente a aproximação da Igreja com o marxismo nos países em desenvolvimento, e em especial a Teologia da Libertação.[10]
"Não é possível compreender o homem a partir de uma visão econômica unilateral, e nem mesmo poderá ser definido de acordo com a divisão de classes", disse aos bispos brasileiros em 26 de Novembro de 2002.[11] Durante a sua visita a Cuba, em Janeiro de 1998, que marcou o fim de 39 anos de relações tensas entre a Igreja Católica e o regime de Fidel Castro, condenou o embargo econômico dos E.U.A. ao país. Em 2003, por intermédio do cardeal Angelo Sodano, enviou uma carta ao presidente Fidel Castro criticando "as duras penas impostas a numerosos cidadãos cubanos e, também as condenações à pena capital".[12]
Condenou também o terrorismo e o ataque ao World Trade Center ocorrido em 11 de Setembro de 2001, nos Estados Unidos da América.[13]
Em relação ao Concílio Vaticano II, no qual João Paulo II participou, ele tentou ativamente continuar as reformas e as idéias saídas deste Concílio, nomeadamente sobre o ecumenismo e sobre a abertura da Igreja ao mundo moderno. O Cônego João Seabra afirmou que João Paulo II "é um homem do Concílio, na sua doutrina, na sua concepção do mundo, na sua pastoral. O seu modelo de Igreja é da Lumen Gentium, a sua liturgia é da Sacrosanctum Concilium, a sua pastoral social é da Gaudium et Spes, João Paulo II é o Concílio em Marcha. Nesse sentido o concílio, na maneira como foi lido e aplicado pelo grande Papa João Paulo II, teve uma grande importância na queda do comunismo".[14]

 

Diálogo inter-religioso

Promotor de uma aproximação às outras grandes religiões monoteístas do mundo, João Paulo II enfrentou no entanto acusações de "proselitismo agressivo" feitas pelo mundo ortodoxo. A reconciliação com os judeus marcou a sua viagem à Terra Santa em Março de 2000 e uma "virada" nas relações entre as duas religiões.
Motivou o diálogo inter-religioso, o ecumenismo e a cultura da paz, sendo o primeiro Sumo Pontífice a visitar o Muro das Lamentações, em Jerusalém, a 26 de Março de 2000, e onde pediu perdão pelos erros e crimes cometidos pelos filhos da Igreja no passado. Foi o primeiro a pregar numa sinagoga, a entrar numa mesquita (em Damasco, Síria), e a promover jornadas ecumênicas de reflexão pela paz em Assis(Oração Mundial pela Paz). Fez a primeira visita de um Sumo Pontífice católico à Grécia desde a separação das Igrejas Católica e Ortodoxa no cisma de 1054.
João Paulo II, determinou a devolução à Igreja Ortodoxa Russa do Ícone de "Nossa Senhora de Kazan", a "Theotokos" e sempre Virgem Maria. No dia 28 de Agosto de 2004, a "Solenidade da gloriosíssima Dormição da Theotokos", delegação representativa da Igreja Católica, chefiada pelo Cardeal Walter Kasper, presidente do Pontifício Conselho para a Promoção da Unidade dos Cristãos, entregou o Ícone, depois de um solene ofício na Catedral da Dormição no Kremlim, em Moscou, em que participaram numerosos fiéis.[15][16][17]

 

Diálogo com os jovens

Foi grande incentivador do Movimento Escoteiro, visitando eventos mundiais e europeus da maior organização juvenil do mundo.

 

Diálogo com os mortos

Perante cerca de 20 mil pessoas na Basílica de São Pedro, em 2 de Novembro de 1983, disse :
"O diálogo com os mortos não deve ser interrompido, pois, na realidade, a vida não está limitada pelos horizontes do mundo".[18]

 

Diplomacia

A mediação pontifícia de João Paulo II permitiu que o Chile e a Argentina chegassem a um acordo no conflito sobre os seus limites territoriais na região austral (Canal de Beagle) que ameaçava levar os dois países à guerra. Em 22 de dezembro de 1978 o Papa enviou o cardeal italiano Antonio Samoré ao governo dos dois países como emissário pessoal o que levou a assinatura dos Acordos de Montevidéu, no Palácio Taranco, a 18 de janeiro de 1979 - através do qual os dois Estados recorreram formalmente à mediação do Papa - e à conclusão do dissentimento sobre a Região Austral, com a assinatura do Tratado de Paz e Amizade assinado diante do Papa, na Capela Paulina (Vaticano), no dia 29 de novembro de 1984.[19]

 

Visitas Papais

Ao todo foram 104 as visitas realizadas por João Paulo II pelo mundo quebrando o antigo costume dos Papas não saírem do Vaticano ou de fazê-lo pouquíssimas vezes em circunstâncias especiais ou em ocasiões extraordinárias.

Visitas ao Brasil

O Papa João Paulo II visitou o Brasil quatro vezes. A primeira vez foi em 1979, em que visitou a cidade do Rio de Janeiro. Na segunda vez chegou ao meio-dia de 30 de junho de 1980 e percorreu treze cidades em apenas doze dias. A maratona teve um total de 30.000 km. Entrou por Brasília e partiu por Manaus.
A terceira foi entre 12 e 21 de outubro de 1991. O Papa não costumava beijar o solo de um país que ele já tinha visitado, mas no Brasil ele quebrou a tradição. Visitou sete cidades e fez 31 discursos e homilias.
Esteve também no Brasil entre 2 e 6 de outubro de 1997. O Papa sempre demonstrou grande amor pelo Brasil, o país com mais católicos no Mundo. Inclusive, na sua primeira visita, chegou a demonstrar o seu apoio ao movimento sindical, então liderado por Lula, em aberto desafio ao governo militar brasileiro – uma situação parecida com a da sua Polônia natal.
Destacou-se, numa dessas visitas ao país, a música "A bênção, João de Deus", composta para a ocasião por Péricles de Barros.
Em visita à cidade do Rio de Janeiro declarou: "Se Deus é brasileiro, o Papa é carioca".[20]

 

Visitas a Portugal

João Paulo II esteve em Portugal por cinco vezes. A primeira visita (12 a 15 de maio de 1982) ocorreu um ano após o atentado de que foi vítima em 13 de maio de 1981. Nesta visita o Papa João Paulo II depositou a bala do atentado sofrido no ano anterior em plena Praça de São Pedro no altar da Nossa Senhora de Fátima ainda hoje a mesma bala se encontra na coroa de Nossa Senhora de Fátima no Santuário de Fátima.
Em 14 de Maio de 1982 visitou o Santuário de Nossa Senhora da Conceição, Padroeira de Portugal, em Vila Viçosa.
Em 15 de maio de 1982 visitou o Santuário de Nossa Senhora do Sameiro em Braga.
Em 2 de março de 1983 fez escala em Lisboa na viagem à América Central.
De 5 a 13 de maio de 1991 esteve nos Açores, na Madeira, Lisboa, e novamente em Fátima.
Uma outra visita, em que beatificou os videntes de Fátima, teve lugar em 12 e 13 de maio de 2000.

 

Documentos Pontifícios

Ao todo são 14, as encíclicas escritas por João Paulo II ao longo do seu pontificado e diversos os pronunciamentos sobre todos os campos da atividade humana onde houvesse necessidade de se dar um critério ético ou moral de ação.


Tentativa de assassinato

Três anos depois de ter sido eleito Papa, é vítima de grave atentado na Praça de São Pedro, no dia 13 de Maio de 1981, por parte do turco Ali Agca. O atentado contra o Papa teria sido decidido pelo ditador comunista Leonid Brejnev e organizado por serviços militares soviéticos; os serviços búlgaros teriam servido de "cobertura", enquanto que a Stasi, da RDA (República Democrática da Alemanha), teria sido encarregada da "desinformação".
Agca passou 19 anos em prisões italianas, sendo depois extraditado para a Turquia, onde foi condenado a prisão perpétua pelo assalto a um banco nos anos 1970 e pelo assassínio de um jornalista em 1979, pena depois comutada para dez anos de prisão.[21]
Internado de urgência na Policlínica Agostini Gemelli, o Papa foi submetido a delicada cirugia de cinco horas e vinte minutos, com extirpação de 55 centímetros de intestino. A 20 de Junho, 17 dias depois de ter alta, é internado de novo na mesma clínica de Roma para ser tratado de uma infecção de cytomegalovirus, resultante da operação anterior.
Coincidentemente, os tiros disparados contra o Papa foram feitos no dia 13 de maio. Nesta data, em 1917, Nossa Senhora de Fátima teria feito a sua primeira aparição aos três pastorinhos. O Pontífice sempre afirmou que a Virgem Maria teria "desviado as balas" e salvo a sua vida nesse dia. Um ano depois, a 13 de maio de 1982 e já recuperado, João Paulo II visita pela primeira vez o Santuário de Nossa Senhora de Fátima para agradecer à Virgem o ter salvo. O Santo Padre ofereceu uma das balas que o atingiu ao Santuário. Essa bala foi posteriormente colocada na coroa da Virgem, onde permanece até hoje.[22]

 

Saúde débil

A saúde de João Paulo II foi motivo de preocupação para os muitos milhões de católicos em todo o Mundo. O histórico clínico daquele que foi apelidado de "Atleta de Deus", devido á sua extraordinária compleição física, tem início nos anos 1940, quando é atropelado em Cracóvia por um caminhão militar alemão, sofrendo uma fratura de crânio. A 12 de Julho de 1982, sofre nova intervenção de quatro horas na Policlínica Gemelli, para remoção de um tumor benigno do cólon (com as dimensões de uma laranja) e da vesícula biliar.
A 11 de Novembro de 1993, sofre uma queda durante uma audiência no Vaticano, com fratura de uma omoplata, vindo a ser operado na mesma Policlínica. Em 1994, sofre nova queda, quando saía do banho no seu aposento privado, com fratura no fêmur direito. É-lhe implantada uma prótese de titânio em substituição da cabeça do fêmur. Ainda nos anos 1990, começa a manifestar sintomas de Parkinson, que se acentuam cada vez mais: tremor da mão esquerda, coluna curvada, olhar ausente. A 8 de Outubro de 1996, ingressa uma vez mais na Gemelli, para remoção do apêndice. Em Março de 2002, é diagnosticada uma artrose no joelho direito, o que o obriga a deslocar-se numa cadeira de rodas especial, que utiliza para presidir às celebrações e outros atos. Em Setembro de 2003, durante a visita à Eslováquia, já são visíveis as dificuldades de João Paulo II para respirar e mover-se. Em Setembro do mesmo ano, tem que anular uma audiência geral devido a oclusão intestinal. Em 10 de Fevereiro de 2005, na seqüência de um processo gripal, padece de laringo-traqueíte aguda, pelo que volta à Gemelli. A 24 de Fevereiro de 2005, é submetido a uma traqueostomia, com o fim de facilitar a respiração.

Os últimos dias de João Paulo II

Já com a doença de Parkinson muito avançada, no dia 30 de Março de 2005, surgiu à janela do seu escritório para tranqüilizar os católicos, e já era muito evidente o seu estado extremamente debilitado. No último Domingo de Páscoa, o Papa ainda abençoou os fiéis, mas pela primeira vez no seu pontificado não conseguiu pronunciar a tradicional 'Urbi et Orbi'. Às 21h37, hora de Roma, do dia 2 de Abril de 2005, o Mundo parou perante a notícia da morte do Santo Padre mais viajado de sempre. As exéquias fúnebres decorreram na Praça de São Pedro, pela manhã do dia 7 de Abril de 2005. A cerimônia fúnebre durou três horas, sob alta segurança, presidida pelo então, decano dos cardeais, o Cardeal Joseph Ratzinger. Assistiram 2500 convidados, entre Chefes de Estado, primeiros-ministros, e outras personalidades. O corpo de João Paulo II está sepultado nas Catacumbas Vaticanas.


Beatificação

No dia 13 de Maio de 2005, o seu sucessor Bento XVI fez uma exceção à regra do Código de Direito Canônico em relação à beatificação de João Paulo II, tal como este havia feito em relação à Madre Teresa de Calcutá. Abrindo mão dos cinco anos que são dados para o início do processo (que se dá a partir da morte daquele que vem a falecer em fama de santidade).
O seu processo de beatificação foi aberto em 28 de Junho do mesmo ano. No dia 19 de dezembro de 2009, o Papa Bento XVI proclamou-o "Venerável", ao promulgar o decreto que reconhece as virtudes heróicas do Servo de Deus João Paulo II, um importante passo dentro do processo de beatificação que fica aguardando a existência de um milagre realizado pela intercessão do Papa polonês [23].

Homenagens

 Estátuas

Existem várias estátuas em homenagem a João Paulo II espalhadas pelo mundo.
Uma estátua de João Paulo II foi inaugurada em 23 de Fevereiro de 2008 em Santa Clara, Cuba para recordar os dez anos da sua visita ao país. A estátua foi levada como um presente à comunidade católica de Cuba pelo secretário de Estado do Vaticano cardeal Tarcísio Bertone[24]
Em Fátima, que o Papa visitou por três vezes, foi inaugurada uma estátua da autoria de Czeslaw Dzwigaj, de nacionalidade polaca, por ocasião do 90.º aniversário das aparições de Nossa Senhora, celebrado em Maio de 2008. As palavras que o Papa proferiu na Capelinha quando da primeira visita a Fátima, em 1982, estão gravadas na estátua de João Paulo II que se encontra na praça exterior, junto à nova igreja da Santíssima Trindade. A estátua de João Paulo II que retrata o momento de oração na Capelinha, junto à imagem de Nossa Senhora testemunha as Aparições do Anjo e também a atualidade do mistério das três pessoas da Santíssima Trindade.[25] É em bronze e mede 3,5m de altura.[26]
Em 1º de Julho de 2009, a Policlínica Gemelli de Roma, onde o Papa foi internado em nove ocasiões (a primeira, em 13 de maio de 1981, após o atentado sofrido na Praça de São Pedro; a última, em março de 2005 ao final de sua enfermidade) e onde passou um total de 153 dias e 152 noites, inaugurou uma estátua em sua homenagem. A estátua foi construída de um bloco procedente das pedreiras de Carrara, pesando todo o conjunto 47 toneladas e alcançando 4,6 metros. A estátua pesa 18 toneladas e mede 3,05 metros, e tem uma base de cerca de 20 toneladas e uma cruz de metal. Está com os olhos fixos na janela do quarto do 10º andar, onde o Papa ficava internado e de onde concedia a bênção aos fiéis. A estátua mostra uma imagem do Papa João Paulo II como recordada pelos médicos e religiosas que o assistiram até à sua morte, ou seja, com o rosto e o corpo marcados pela doença que ele nunca quis esconder. Os trabalhos para a elaboração desta escultura demoraram cerca de sete meses, sem considerar os numerosos projetos realizados anteriormente. A cerimônia de inauguração foi animada pela Banda Musical de Armas dos Carabineiros, dirigida pelo maestro Tenente Colonnello Massimo Martinelli.[27]

    

Praças

Uma praça em homenagem ao Papa João Paulo II chamada Praça do Papa, foi criada em Campo Grande no local onde, em 1991, foi realizada uma missa durante a sua visita à cidade. Existem, também, outras praças com o mesmo nome em Belo Horizonte e em Vitória, em sua homenagem. Ambas se localizam no Brasil. Na cidade de Curitiba também existe um parque em sua homenagem, no local onde o Papa passou quando esteve na cidade. Em Porto Alegre, próximo ao Estádio Olímpico Monumental, há uma rótula (entre as avenidas Erico Veríssimo, José de Alencar, da Azenha e Gastão Mazeron [Cascatinha]), onde está um monumento que lembra sua missa rezada no local.

 

Outras Homenagens

Na cidade de Mogi Mirim o Estádio de Futebol do Mogi Mirim Esporte Clube recebeu o nome de Papa João Paulo II após o seqüestro da filha do ex-presidente do Clube.

Referências

1.       ↑ a b c Breve biografia.
2.        Portal de João Paulo II.
3.        João Paulo II: 27 anos de Papado inovador.
4.        Karol Wojtyla: o primeiro Papa polonês.
5.        Terra, 14 de março de 2004. Pontificado de João Paulo II é o 3º mais longo
6.        O recordista..
7.        Biografia de João Paulo II em vídeo.
8.        Portal G1. "http://g1.globo.com/Noticias/Mundo/0,,MUL1463832-5602,00-PAPA+JOAO+PAULO+II+SE+FLAGELAVA+COM+FREQUENCIA+DIZ+LIVRO+DE+MONSENHOR.html". . (página da notícia visitada em 26/01/2010)
9.        Carta Capital 05 de junho de 2009. O ano em que a cortina caiu, por Gianni Carta.
10.     Encíclica Centesimus annus
11.     Discurso no Brasil
12.     Carta
13.     11 de setembro
14.     João Paulo II é o Concílio em marcha (em português). Mega FM (22 de Janeiro de 2009). Página visitada em 14 de Junho de 2009.
15.     Saudação do cardeal Kasper
16.     Agradecimento de Alexis II, Patriarca de Moscovo
17.     Carta ao Patriarca de Moscovo
18.     Revista VEJA, nº1899, ano 38 de 06/04/2005, p.93
19.     Artigo do cardeal [Odilo Pedro Scherer].
20.     Notícia UOL
21.     Título ainda não informado (favor adicionar).
22.     Atentado contra o Papa. Página visitada em 9 de janeiro de 2008.
23.     Yahoo Notícias: "Bento XVI proclama "veneráveis" os Papas Pio XII e João Paulo II" (19 de Dezembro de 2009)
24.     Estátua de João Paulo Notícia em O Globo..
25.     Estátua de João Paulo II junta fiéis em oração, Canção Nova.
26.     Desdobrável sobre a Igreja da Santíssima Trindade.
27.     Inaugurada uma estátua de João Paulo II no Gemelli de Roma, ZENIT.

Começa o processo de beatificação de João Paulo II, 29 de Junho, 2005
Jornal italiano relata suposto milagre de João Paulo II, 10 de Abril, 2005
O jornal italiano La Stampa publicou uma reportagem intitulada "Ecco il miracolo di Wojtyła" em que diz que o secretário pessoal do Papa João Paulo II, presenciou um milagre praticado pelo falecido pontífice.
·   João Paulo II, o Grande, 6 de Abril, 2005
·   Ioannes Paulus II 1920 - 2005, 2 de Abril, 2005
·   Saúde do Papa João Paulo II piora, 1 de Abril, 2005

Ver também

 

 Ligações externas

·    João Paulo II no site do Vaticano.

Fontes: